Exposição Bombagai – Haiti, de Radilson Carlos Gomes
Quando: até 12 de junho
Onde: Fundação Cultural Badesc Endereço: Rua Visconde de Ouro Preto, 216 - Centro Quanto: Gratuito Evento no FB: www.facebook.com/events/957245520987055 Abertura 14 de maio, quinta-feira, às 19h Visitação até 12 de junho, de segunda a sexta-feira, das 12 às 19h "Não enxerguei os escombros, apenas a beleza da vida que saltava dos olhares daquelas pessoas A beleza ou riqueza do país estava ali, diante de minhas lentes” A Fundação Cultural Badesc abre no dia 14 de maio a exposição Haiti – Bombagai, de Radilson Carlos Gomes. A exposição é um conjunto de 39 fotografias produzidas em 2011, um ano após o terremoto que assolou aquele país e que resultou em pelo menos 100 mil mortos e mais de três milhões de atingidos. A exposição é inédita e fica disponível ao público até 12 de junho. "A exposição se construiu no processo de gente olhando gente e formando imagens que falam por si mesmas. Essa exposição se resume a uma palavra: bombagai: sangue bom, gente boa, coisa boa. É um verdadeiro agradecimento, um dizer imagético de um fotógrafo que se alimentou pelo afeto do povo haitiano”, destaca Radilson, que é fotógrafo desde 1986. Radilson foi para o Haiti integrando uma equipe multidisciplinar do Itamaraty e do Ministério da Saúde, que a convite do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas (ONU), participou de um acordo de cooperação técnico científico Brasil-Haiti com o objetivo de redução da violência contra a mulher naquele país. A missão de Radilson era a de realizar uma oficina de fotografia para profissionais de saúde para facilitar os registros dos casos de violência contra a mulher que chegavam às unidades de saúde todos os dias. "Assim que cheguei o início dos trabalhos foi adiado, período em que reencontrei um amigo (Martin Wartchow) que conhecera em uma missão no Amazonas e que estava em missão humanitária no Haiti. Acompanhei seu trabalho durante dois dias e registrei as minhas afetações sobre tudo o que observava. Não en xerguei os escombros, apenas a beleza da vida que saltava dos olhares daquelas pessoas. A beleza ou riqueza do país estava ali, diante de minhas lentes. Em cada clique um sorriso, um gesto, um olhar profundo e muita altivez”, conta. Motivado pela busca daquele povo em se reerguer, Radilson destaca que as colegiais vestidas com uniformes impecavelmente limpos, meias brancas e calçados brilhantes, sem ter sequer água nas torneiras lhe provocavam curiosidade e admiração. "Todos os dias a água tinha que ser conquistada por cada família. Decidi assim, registrar a vida, a luz, as pessoas e não a tragédia. Várias e várias edificações destruídas e com pouca esperança de que sejam recuperadas um dia”, acrescenta. Sem projeto Radilson destaca que saiu do Brasil sem um projeto específico. Tinha consciência de que o Haiti lhe renderia imagens. Mas não sabia o que especificamente. "Levei todo o equipamento necessário para realizar um documentário fotográfico. No dia de minha chegada houve uma reunião em que ficou decidido que o curso seria adiado em dois dias e no final daquele dia recebi o convite de Martin Wartchow, que conheci dois anos antes na Amazônia. Ele estava no aeroporto para receber sua esposa (médica) que fazia parte da missão. Ele é engenheiro sanitário e foi como voluntário para o país em 2010, logo após o terremoto”, explica ao relatar que o projeto surgiu ao natural. Representatividade Questionado sobre a imagem que melhor representa a exposição, Radilson destaca a fotografia das moças em perfil e as meninas da escola correndo em direção à luz. "Como se buscassem conhecimento, energia e sabedoria. Mexe bastante comigo”, conta ao destacar que o Haiti foi por muitos anos conhecido como a Pérola das Antilhas, um país próspero que teve o protagonismo de ser o primeiro do mundo a abolir a escravidão e o segundo país das Américas a conquistar a sua independência em 1804. "Mas desde então f oi retaliado, isolado e vítima de várias tragédias sociais, políticas e também naturais. Curadoria Escolher as imagens para compor uma exposição não é tarefa fácil. Para realizar o trabalho, Radilson convidou o fotógrafo e poeta André Ricardo Souza, especialista em artes visuais e pesquisador de processos artísticos contemporâneos. "Mas gostaria de ressaltar que o apoio da equipe da Fundação Cultural Badesc foi fundamental”, diz. Sobre o fotógrafo www.radilsongomes.com.br |
|
Categorias: Junho 2015 Tags:
|
Deixe seu comentário! |
Publicações relacionadas: