Exposição "Silhuetas e Fantasmagorias", da artista Manuela Siebert
Quando: até 28 de novembro
Onde: Museu da Escola Catarinense - MESC Endereço: Rua Saldanha Marinho, 196 - Centro Quanto: Gratuito Informações: tel (48) 8467-2375 e-mail: manuelasiebert93@gmail.com As obras de arte da exposição "Silhuetas e Fantasma Gorias", da aluna de Artes Visuais do Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Manuela Siebert, estarão expostas de 23 a 28 de novembro no Museu da Escola Catarinense (Mesc) da Udesc, em Florianópolis. A abertura da exposição será às 19h do dia 23 e nos outros dias ficará aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 13 às 19h, e sábado, das 10 às 16h, com entrada gratuita. A exposição é a primeira individual da artista, e faz parte de seu projeto de conclusão de curso. A exposição é composta por 12 trabalhos em pintura de grandes dimensões, um deles sendo um tríptico – conjunto de três pinturas que formam uma única imagem, e algumas imagens do processo de criação da artista. Ela explora um processo de pintura que foge dos métodos de realização das pinturas tradicionais como forma de adequar suas técnicas e procedimentos aos assuntos abordados por seus trabalhos, e procura questionar a objetificação da mulher, seus mascaramentos e corpos estereotipados, a violência, a sexualidade, o fetiche. Manuela conta que para fazer as obras ela juntou silhuetas de corpos femininos que são idealizados pela sociedade, a fim de desconstruir estereótipos através da pintura. "No fim as pessoas não tem mais essa visão do corpo estereotipado, pois as imagens ficam meio grotescas”, afirma a estudante. O processo de pintura das obras, segundo ela, é o mais importante por ser realizado de forma simbólica. Ela utiliza uma pistola de tinta para pintar os quadros e outra de ar quente para colocar adesivos, ou seja, a ideia principal está presente em todo o processo de construção das obras. Segundo Manuela, a ideia da exposição surgiu em uma roda de amigos que planejava uma exposição coletiva, quando notaram a necessidade de um trabalho da área mais voltado para falar da mulher. "As obras também são críticas aos estereótipos do corpo feminino, a erotização e a sexualidade atribuídas à mulher”, comenta. ''Dizem que a pintura nasceu com uma silhueta. Com o desejo de plasmar na parede o movimento de um corpo. Plínio conta que uma moça riscou, com carvão, a projeção do perfil do seu amado, que partia para a guerra. A pintura de Manuela Siebert, milênios depois, também veio para nos revelar o poder das sombras. A guerra, aqui, é de outra ordem. E são as silhuetas, agora, que nos convidam para a viagem. Que se deslocam desde a rede para pulsar conosco. As imagens vibram diante de nós, estabelecem um jogo do qual não saímos ilesos. Vemos, nas cores inquietas, não apenas a projeção da luz que cria a silhueta escura, mas as fantasmagorias da nossa mente que vagueia, como em uma mancha de Rorschach. Essas imagens pulsantes, plenas de vida, têm o dom de desestabilizar. Sua criadora, por sua vez, o poder de empunhar pistola. Uma pistola de tinta que dá a ver o eterno conflito da sedução e da morte que nasce de um corpo projetado. Seu procedimento ressignifica: ela se apropria das imagens que a internet (nossa caverna de Platão) insiste em oferecer como simulacros de beleza, e a partir delas promove a vertigem. Essa vertigem da cor que dá consistência de vida aos cheios, aos vazados, aos medos e aos gritos que nos circundam. Quem sabe o que é ser sombra entende que é radical o ato de colorir. E que a pintura não imita as sombras: dá a luz quando oferece movimento a esses corpos proliferados, amontoados e distorcidos que são os corpos dóceis e cordiais da nossa vida cotidiana. A pintura de Manuela Siebert é, portanto, um sopro de saudável insurgência.'' Telma Scherer |
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Categorias: Novembro 2015
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