Espetáculo "Ignorãça", do Grupo Reverso
Quando: 04 Março 2016, sexta-feira, às 20 horas
Onde: Centro de Artes (Ceart), Udesc Endereço: Av. Madre Benvenuta, 1907 - Itacorubi Quanto: Gratuito Evento no FB: www.facebook.com/events/1051073204950933 O Grupo Reverso apresenta o espetáculo teatral Ignorãça, com direção de Jussara Xavier, realizado na (in)disciplina (des)Montagem Teatral, Licenciatura em Teatro, CEART, UDESC, 2015, no dia dia 4 de março, às 19 horas, no Espaço 2 do Centro de Artes da Udesc. Apresentação teatral faz parte da programação da Semana do Calouro 2016 do Centro de Artes da Udesc e tem entrada gratuita. A distribuição dos ingressos acontecerá uma hora antes da apresentação, espaço sujeito a lotação. POR UMA DIDÁTICA DA INVENÇÃO Ignorãça é uma grafia inventada pelo poeta mato-grossense Manoel de Barros (1916-2014). A palavra não tem sentido negativo, mas positivo, pois para o autor, a criação começa na própria ignorância. Partir de uma realidade que ignora pré-conceitos e significados para (re)colocar a pergunta. Querer "avançar para o começo”, ele diz. Trata-se de deslocar a representação da realidade, desejar o dessaber, para notar o mistério. Esta montagem não é sobre a poesia de MB, mas uma tentativa de explorar sua lógica de experimentação no corpo e na cena. Desconhecer; desinventar (dar as coisas outras funções); repetir até ficar diferente; mudar a função do verbo, fazê-lo delirar (escutar a cor, desenhar o cheiro); desarrumar; constituir uma nova temporalidade; produzir novos comportamentos. Aqui, ignorância é uma condição particular de conhecimento. É um estado de ser como modo de desfrutar a vida, de recuperar o sentido de nossos movimentos rotineiros, de tentar remover os gestos anestesiados e mecânicos para voltar a enxergar, ouvir, falar, tocar, caminhar, respirar. Não basta fazer, é necessário converter cada ação em experiência. "Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios” (MB). O prefixo "des" não tem sempre o sentido de negação e falta, mas também de reforço e intensidade. Assim, desaprender não significa "não aprender", mas aprender mais e de um jeito diferente. Desinventar, à exemplo, diz respeito a ampliar a invenção. Desencontrar indica um modo de ambiguidade. O "des" em MB diz respeito a uma desconstrução incessante e radical, um modo de busca pelo originário, pelo essencial e inatingível. Uma tentativa de descoisificar a realidade, renovar o cotidiano e penetrar os encantos do real. - Jussara Xavier DESUSO As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis: Elas desejam ser olhadas de azul (MB) FAZEDORES DE INUTILEZAS Concepção, direção: Jussara Xavier Assistência de direção, produção: Thaina Gasparotto Criação, atuação, produção: Camila Santaella, Elisa Bayestorff, Erik Cáceres Barbour, Gabrielli Veras, Jean Carlo de Castro, Laura Tellechêa Petrone, Luca Atilio, Maurício Kiener, Mikhael Sanchez, Paulina Godtsfriedt Cenografia e luz: Roberto Gorgati Paisagem sonora: Dimi Camorlinga Figurino: Esha Sonia Veloso e Adriana Barreto Música: A Mulher Barbada - Adriana Calcanhotto Texto: Écrit avec la langue - Cosima Weiter Referência: O livro das ignorãças - Manoel de Barros (Record, 1993) DESBIOGRAFIAS DESIMPORTANTES Manoel: menino que carregava água na peneira Jussara: apaixonada por Manoel, faz peraltagens com corpos Thaina: abastada de olhos, é rica em incompletude Dimi: desarruma sons e compõe silêncios Roberto: descobridor de insignificâncias, é ligado em despropósitos Camila: não tem medo de ser e nunca come chiclete de coco Elisa: pequena leoa escritora e devoradora de brigadeiros Erik: faz questão de ser com k e ama doces estranhos coloridos que ainda não comeu Gabi: quase-médica, pertence a vida de fazer imagens extraordinárias Jean: guardador de invencionices, escapa para ser outros Laura: grande leoa que distribui generosidade e identifica podres Luca: homem que aparece em vestígios, é boniteza de ampliar a cena Maurício: cai como folha, engole graça e nunca para de dançar Mikha: sábio escorredor de perguntas e apanhador de ventos Paulina: delicadeza que amanhece de madrugada para servir |
|
Categorias: Março 2016 Tags:
|
Deixe seu comentário! |
Publicações relacionadas: