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Mostra Intraduzível reúne pesquisadores que aproximam arte e ciência



Quando: até 9 de setembro
Onde: Centro Integrado de Cultura (CIC)
Endereço: Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica
Quanto: Gratuito
Evento no FB: www.facebook.com/events/294015607828074

Com carreira artística iniciada nos anos 1990, Silvana Macêdo alcança reconhecimento pela amplitude de suas pesquisas que, em diferentes linguagens, aproximam arte, ciência e feminismo, entre outras abordagens. Suas ações se situam no campo do artivismo, termo associado a experimentações estéticas que problematizam e adotam estratégias de discussão em torno de certas causas. No ano passado, período intenso e vibrante, expôs pinturas, gravuras, fotografias, instalações e conquistou o Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura para realizar o projeto Intraduzível, que abre no dia 2 de agosto, às 19h, no MIS (Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina), em Florianópolis, com várias atividades gratuitas.

Ao reunir trabalhos realizados com diferentes colaboradores ao longo de sua trajetória, a artista propõe um estudo da sua obra entre 1997 até 2017. A mostra Intraduzível, com curadoria de Juliana Crispe, traz trabalhos inéditos no Brasil criados em colaboração com a artista finlandesa Henna Asikainen, o compositor Frederico Macêdo e o astrofísico iraniano Reza Tavakol. A abertura prevê, às 20h, uma conversa com as artistas Henna Asikainen e Silvana Macêdo e a curadora Juliana Crispe. A produção executiva do projeto é da Lugar Específico, de Francine Goudel, e conta com o apoio da Arts Council England.

Henna estará no Brasil para a abertura, porque a exposição celebra os 20 anos de parceria artística com Silvana. Do montante desse período, elas atuaram por dez anos sem criar nada fora dessa colaboração exclusiva. Asikainen & Macêdo tornou-se uma marca associada a ações artísticas colaborativas, ambientais e sociais. No resultado formal de suas pesquisas, ambas misturam biografias e paisagens de países muito distintos, a Finlândia e o Brasil. Nessa constelação de motivos, a mostra assume um caráter retrospectivo.

Até o dia 9 de setembro, a exposição permite conhecer trabalhos realizados no Reino Unido, onde Silvana Macêdo estudou na Northumbria University, Newcastle. Voltada aos multimeios, ela investiga a complexa relação entre arte, ciência e natureza. Nascida em Goiânia em 1966, moradora de Florianópolis desde 2004, onde atua como professora do Departamento de Artes Visuais da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), ela pinta, grava e transita em pesquisa telepresença, tecnologias novas e antigas.

Os trabalhos que compõem a mostra são uma série de fotografias e as videoinstalações lab (2017), ar (2001-3), lua (2005-7), a videoinstalação sonora cooperari (2007) e a instalação trabalho de campo (2017). Um dos elementos centrais destas obras, explica Silvana Macêdo, é a noção de tradução, compreendida mais como uma dinâmica ao invés de uma influência, pois tradução está na base mas não é o tema. “Nessa prática estamos conscientes do processo tradutório, ou mais precisamente, da transformação que ela acarreta. Os trabalhos podem ser entendidos como envolvidos num processo tradutório, pois a representação da natureza pela arte e ciência pode ser compreendida como uma tentativa de traduzir a natureza através da linguagem artística e científica”, diz ela.

Arte & e ciências biológicas

As videoinstalações - lab, ar, lua e cooperari - estão interligadas ao trabalho “tradutório” de cientistas e artistas. ar foi realizado a partir de duas residências artísticas na Finlândia, no Parque Nacional de Koli, e no Brasil, na Reserva Ducke, estação de pesquisa do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas), em diálogo com investigações de pesquisadores de mudança climática nos hemisférios Norte e Sul. A experiência nas residências está refletida na instalação ar e trabalho de campo.

Já lua originou do encontro com o cosmólogo Reza Tavakol em 2004. As pesquisas de Tavakol cobrem um amplo espectro, da astrofísica à dinâmica não-linear, mas seu interesse nos aspectos estéticos da ciência é que encontraram ressonância na prática artística que explora a interface entre arte, ciência e natureza. lua reflete os modos como a humanidade se relaciona com a natureza, ora se volta para contemplação estética, romantiza sua relação com o mundo, ao me smo tempo que atua constantemente como agente poluidor do ambiente.

Se as questões centrais de ar e lua refletem sobre o impacto humano nas florestas, no ar e na água, cooperari evidencia a dinâmica (dialética) entre a cultura e a natureza em outros níveis. Construído em colaboração com o compositor Frederico Macêdo, foca em insetos sociais e oferece um rico campo para se estudar como contextos culturais interferem na maneira como interpretamos o comportamento animal.

“Com outros artistas e cientistas, na prática artística insistimos em tentar traduzir o intraduzível mistério do mundo natural, sem nunca realmente consegui-lo. ‘A coisa mais bonita que podemos experienciar é o mistério. É a fonte de toda arte e ciência’, disse Albert Einstein. Significativamente, nunca poderemos ‘conhecer um mistério desvendando-o ou analisando-o até matá-lo, mas apenas de maneira a preservar o mistério como mistério’.”

Encontro e aprendizagem

A exposição agrega ações que apostam na aprendizagem, na troca de experiências, no encontro e em discussões. Paralelo à mostra, ocorrerão atividades gratuitas para que jovens e adultos possam vivenciar a proposta artística de forma mais ampla. Além de visita mediada, o projeto Intraduzível prevê uma fala, na abertura da exposição, no dia 2 de agosto, com artistas e curadora; no dia 29 de agosto, em parceria com o PPGAV/Udesc, um evento-palestra com Ana Ferreira Maio, artista, doutora e professora do Departamento de Artes Visuais da Furg (Universidade Federal do Rio Grande). A palestra Conversa Intraduzível abordará temas pesquisados por Ana Maio e o lugar da experiência com imagens em movimento no cinema, videoinstalações, videoprojeções e outras tendências na contemporaneidade.

Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro ocorrerá, sob a supervisão de Silvana Macêdo, o Festival de Vídeo 24h Arte & Meio Ambiente, que consiste de um encontro de três horas com apresentação de conteúdo teórico sobre a interlocução entre arte, ciência e natureza, seguido de parte prática para orientação coletiva de projetos em vídeo sobre o tema arte e meio ambiente, a serem desenvolvidos individualmente ou de modo colaborativo. O segundo encontro, 24 horas depois, servirá para apresentação dos vídeos criados pelos participantes, com exibição dos mesmos no MIS na última semana da exposição. Essas atividades, todas gratuitas, são abertas, voltadas sobretudo a estudantes de cinema, artes visuais, design ou áreas afins. No caso da oficina, requer conhecimento básico de edição de vídeo.

Cidadania, difusão, memória

O projeto Intraduzível está fundamentado na pesquisa de Silvana Macêdo e se relaciona diretamente com as atividades de ensino que ela desenvolve no Departamento de Artes Visuais do Centro de Artes da Udesc. A intenção é ampliar o acesso da população à cultura, as oportunidades de criação, a distribuição e fruição dos bens culturais e possibilitar a construção permanente de cidadania que incorpore a memória e a diversidade social. Nessa perspectiva, se busca contemplar a valorização da produção artística de Santa Catarina, difundir a multiplicidade de tendências e linguagens, fomentar atividades que interligam artistas de diferentes culturas, inclusive no panorama internacional; apoiar ações de caráter inovador ou experimental, além de impulsionar a preparação e o aperfeiçoamento de recursos humanos para a produção e a difusão cultural.

Sobre Silvana Macêdo

Silvana Macêdo pesquisa o diálogo entre a arte contemporânea, ciência, natureza e tecnologia, o tema de seu doutorado (2003), na Northumbria University, Newcastle Upon Tyne, no Reino Unido. Aprofundou suas pesquisas sobre tecnologia de telepresença em seu trabalho de pós-doutorado sob orientação da professora e doutora Diana Domingues na Universidade de Caxias do Sul, em 2005. Desde então desenvolve projetos artísticos que envolvem o uso de tecnologias novas e antigas, high e low tech, sobre a temática do meio ambiente. Mais recentemente pesquisa sobre maternalismos contemporâneos, com foco em debates feministas, abordagem usada no pós-doutorado iniciada na Glasgow School of Art, Escócia (2014), em andamento no DAV (Departamento de Artes Visuais) da Udesc. Professora efetiva do DAV desde 2006, professora do PPGAV (Programa de Pós-Graduação em Artes Vis uais), Udesc, atua nas áreas de pintura, instalação multimídia e artes midiáticas, atua na área de multimeios.

Sobre Henna Asikainen

Artista finlandesa, moradora de Newcastle, Inglaterra. PhD in fine art practice, Northumbria University, Newcastle, UK, mestre em artes visuais (M.A.Fine Art), Northumbria University, Newcastle, UK, e bacharel em artes visuais pela Karelia University of Applied Sciences, Joensuu, Finlândia. Seus interesses e pesquisas são em torno da relação humana com o meio ambiente e natureza, associados ao desejo de contribuir com o entendimento das complexas questões sociais e ecológicas que emerge destas áreas de conhecimento e que servem de base para sua prática artística. Seu trabalho se desenvolveu por meio de colaborações com artistas e levaram a uma leitura mais politizada dos espaços de disputa do ambientalismo. Trabalha com diferentes meios, como vídeo, instalação, gravura, fotografia, trabalhos site-specific e ações participativas. Entre os projetos recentes, destaca a residência na ISIS Arts, Newcastle, (2017); Blanket (2016) instalação com a participação de refugiados políticos no Reino Unido.

Sobre Reza Tavakol

Professor de matemática e astronomia e membro de grupos de poesia, na Queen Mary, University of London. Suas pesquisas cobrem um amplo espectro, da astrofísica à dinâmica não-linear, filosofia e arte. Desenvolve colaborações com artistas explorando os aspectos estéticos da ciência, publicou o livro de poemas Memories of Light, com M. Shultz, ensaios fotográficos intitulados: Times(s) of Photographs e Distant Gazes e artigos para Aesthetics of the Cosmic Space. Colaborador em videoinstalações An Other Forest' (com Darke) e Convivencia at the Turnpike (com H Bresheeth), bem como no projeto Lua, com Silvana Macêdo e Henna Asikainen.

Sobre Frederico Macêdo

Graduado em música pela Universidade Federal de Goiás, tem mestrado em música pela mesma universidade, e PhD em música pela Lancaster University (Reino Unido). Trabalha na área de composição e é professor do Departamento de Música da Udesc desde 2003, onde coordena o Laboratório de Música e Tecnologia e ministra disciplinas nas áreas de música e tecnologia e metodologia científica.

Sobre Ana Maio

Professora dos cursos de artes visuais licenciatura e bacharelado da Furg (Universidade Federal do Rio Grande), onde leciona disciplinas de cinema e vídeo desde o ano de 1992. Pesquisadora e artista visual investiga as convergências entre o cinema – experimental e conceitual – e as artes visuais, abordando, principalmente, os temas arquivo e memória na arte contemporânea. Com pós-doutorado em poéticas visuais pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e em estudos artísticos contemporâneos na UC (Universidade de Coimbra), fez mestrado em história, teoria e crítica da artes pela UFRGS. Coordena o projeto de extensão e cultura Fresta – Mostra de Audiovisual, desde 2016, que se configura como um espaço de produção e reflexão sobre cinema e vídeo de artista e busca criar modos de exibição do audiovisual, em que o espaço de exposição se transforme em espaço de projeção.

Sobre Juliana Crispe

Artista Visual, pesquisadora, professora, arte educadora e curadora. Pós-doutoranda no PPGAV da Udesc. Doutora em educação, na linha de educação e comunicação do Centro de Educação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Mestre em artes visuais, licenciada em artes visuais e bacharel em artes plásticas pelo Centro de Artes da Udesc, atuou na instituição como professora substituta entre os anos de 2011 a 2015, nos cursos de bacharelado e licenciatura em artes visuais. Atua nas áreas de gravura/processos gráficos, múltiplos/publicação de artista, curadoria/orientação de processo artístico, formação/capacitação docente, ensino não-formal/produção de materiais artísticos-pedagógicos. Desenvolve oficinas para artistas e professores.

Equipe técnica
Artistas: Silvana Macêdo, Henna Asikainen, Frederico Macêdo e Reza Tavakol
Curadora: Juliana Crispe
Produção executiva: Francine Goudel - Lugar Específico
Ação educativa: Silvana Macêdo
Montagem: Flávio Brunetto
Fotografia: Endrigo Righeto
Designer digital: Alecxandro Nascimento
Assessoria de imprensa: Néri Pedroso

Realização: MIS (Museu da Imagem e do Som, PPGAV (Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais), Ceart (Centro de Artes), Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina)
Apoio: Arts Council England
Produção: Lugar Específico

Programação

Mostra Intraduzível
Abertura 2 de agosto às 19h, 20h - conversa com as artistas Silvana Macêdo e Henna Asikainen e a curadora Juliana Crispe.
Visitação até 9 de setembro, de terça a domingo, 10h às 21h.

Visita mediada com Silvana Macêdo
Quando: 22 de agosto às 19h
Perfil do público: evento aberto, voltado a estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação em artes visuais, cinema, música, além de artistas e pesquisadores dessas áreas; grupos comunitários interessados na relação da arte com a ecologia e defesa do meio ambiente, biólogos e ambientalistas

Palestra Conversa Intraduzível com Ana Ferreira Maio
Quando: 29 de agosto às 19h
Perfil do público: aberto, estudantes de cinema, artes visuais, design ou áreas afins

Festival de Vídeo 24h Arte & Meio Ambiente, com Silvana Macêdo
Quando: 31 de agosto e 1º de setembro
Mostra Intraduzível reúne pesquisadores que aproximam arte e ciência


Categorias: Setembro 2018
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