Quando: 27 Maio 2014, terça-feira, às 21 horas
Onde: Teatro Governador Pedro Ivo
Endereço: Rodovia SC 401, 4600 - Saco Grande
Quanto: R$40 inteira e R$20 meia-entrada

O Grupo Arte.Dança está de volta ao palco do Teatro Governador Pedro Ivo com “Milnovecentosetreze", espetáculo inédito que abre com o “Ato Branco”, trecho de “O Lago dos Cisnes”, e apresenta um trecho do que, atualmente, é tido como a obra original do centenário "A Sagração da Primavera", de Nijinsky. Tudo isso para mostrar a ruptura musical e a ousadia coreográfica de uma época.

1913, início do século vinte, começo da era moderna.
O poder industrial estendia-se por todo o globo terrestre.

O desenvolvimento de uma nova cultura/estética correspondia às necessidades desse novo humano, em uma sociedade não mais dominada pela natureza nem pela igreja.

Um espírito de inovação está no ar. Acontecimentos e invenções transformam o ritmo do mundo e inspiram novas percepções da realidade. Era criado o feche éclair. O sutiã substituiu o espartilho. Acontece o primeiro Tour de France. Terminam as obras da Grand Central Station em Nova York. As estradas de ferro aceleram a informação. O espírito que se anunciava era de confiança e otimismo.

Nasce Vinícius de Moraes.

Os movimentos artísticos se reorganizam e produzem reações sobre todos os campos do saber.
Até 1912, o Lago dos Cisnes era desconhecido na Europa. Foi apresentado pelo Ballets Rurros de Diaghlev, um apaixonad o pelas artes e que viu na dança o ponto de encontro de todas elas. Reuniu um conjunto de artistas da mais alta competência, criando uma companhia que logo se tornou permanente e durou de 1909 até 1929.
Os balés Russos de Diaguilev renovam o conteúdo da dança permitindo demonstrar as ideias modernas e tocar a sensibilidade contemporânea. Ampliam a codificação acadêmica sem renunciar ao seu espírito ou rejeitar suas aquisições gestuais.

Nesta atmosfera, em 1913, dois artistas geniais produziram uma obra muito além do seu tempo, que rompia com tudo que acontecia até então. Vaslav Nijinsky e Igor Stravinsky criam a Sagração da Primavera, um ritual de fertilidade calcado em ritmos bárbaros e compulsivos que pareciam anunciar um colapso da civilização europeia no ano seguinte. Irreverente, agressiva, desconcertante e com vitalidade surpreendente, até hoje é considerada como a estreia mais escandalosa da história da música e da dança no século XX.

Neste momento, do outro lado do Atlântico, no Brasil, encontra-se um ambiente artístico potencialmente ansioso por inovações e novos modelos de ser e de agir, formulados pelça industrialização.
Em 1913, Nair de Tefé, filha do barão de Tefé, casa-se com o então presidente do Brasil, Marechal Hermes da Fonseca. A primeira dama, uma mulher à frente do seu tempo, passa a promover saraus no palácio do Catete que ficam famosos por introduzir o violão nos salões da sociedade. Sua paixão pela música popular reunia amigos para recitais e modinhas.
Na mesma época, também em saraus em casas de famílias ricas, começa a atuar o pianista Ernesto Nazareth, considerado um dos fundadores da música popular brasileira. É indiscutível sua influência sobre Villa Lobos, Radamés Gnattali e outros grandes artistas.
O mundo começa uma nova fase.