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Lançamento do livro Crônicas das Cidades Partidas, de Jeana Laura da Cunha



Quando: 05 Junho 2014, quinta-feira, às 19h30min
Onde: Livrarias Catarinense, Beiramar Shopping
Endereço: Rua Bocaiúva, 2468 - Centro
Quanto: Gratuito

O tempo, a saudade, o cotidiano, as relações humanas e a melancolia marcam o livro Crônicas das Cidades Partidas, de Jeana Laura da Cunha Santos, vencedora do Concurso de Crônicas Maura da Senna Pereira, promovido pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC).

A obra será lançada no dia 5 de junho, quinta-feira, às 19h30min, na Livrarias Catarinense do Beiramar Shopping, em Florianópolis. São 36 crônicas escritas e inspiradas em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, na Argentina e na Europa. "Algumas são mais confessionais, biográficas, outras já são mais fictícias, imitando um pouco a estrutura narrativa do conto”, esclarece a autora.

Na crônica "Antes de tudo novamente…”, assinala que "este escrito será um mosaico cujos matizes ligeiros de alegria se confundirão com as tintas escuras da melancolia”. Os textos, confessa Jeana, "quase sempre partem de um acontecimento trivial do cotidiano que, mesmo aparentemente insignificante, revela alguma grandeza”.

Mas, como diriam Rubem Braga e Clarice Lispector, está aí "justamente o sentido da crônica: pegar o miúdo, o menor, para dele extrair material poético”.

Embora discorram "muito sobre fatos anódinos que acontecem no espaço da cidade”, talvez, segundo confidencia a autora, "estejam falando mais do tempo, o passado, o devir, a finitude”.

Em Ruínas urbanas de Atenas fotografa o mundo e "fragmenta-o em instantes que nunca mais recuperarão sua continuidade”, para, em seguida, perguntar: "Por que sou estrangeira onde todos riem e fumam e bebem e se distraem de si mesmos”?

Segundo a presidente da Comissão Avaliadora do concurso, professora Clélia Mello, Crônicas das Cidades partidas "foi escolhida a melhor coletânea por escapar do mero entretenimento ao deslizar para termos subjetivos e mesmo líricos”. São, de acordo com a ata, "crônicas escritas sob a rubrica da ruptura, algumas com entrecho previsível, nas quais a narradora expõe de forma delicada estados de sentir, perdas de si”. Em Dia de sol, Jeana se questiona: "aceitarei hoje a cidade? Respirarei seu ar e sua atmosfera sem me sentir enojada de algo que nem ao menos detecto”?

Jornalista formada, mestra e doutora em Literatura e pós-doutora em Antropologia Social pela UFSC, Jeana enveredou pela pesquisa, felizmente sem abandonar a paixão pela escrita. "Nunca deixei de depositar minhas crônicas nas gavetas. Quando vi que já tinha um número razoável delas, e surgiu o concurso promovido pela EdUFSC, resolvi arriscar”. O talento da autora já havia se revelado, em 2002, no concurso "A UFSC na minha vida”, quando conquistou o primeiro lugar. Como pesquisadora, lançou pela EdUFSC, no mesmo ano, A estética da melancolia em Clarice Lispector, resultado de sua dissertação de mestrado. Em 2013, publicou pela Editora Insular O colecionador de Histórias Miúdas- Machado de Assis e o jornal, adaptação para livro da tese de doutorado.

Para conseguir a imersão nas pequenas histórias das cidades, Jeana escreveu muitas crônicas "durante viagens, quando o tempo se desacelera e onde tudo que é visto, é percebido pela primeira vez”. Outras ainda, complementa Jeana, "são uma viagem no tempo, da infância, onde o olhar também vê coisas do mundo como se fosse pela primeira vez.”

Em Um enterro de domingo conta como Maria "lembrou do tempo a transformar o rosto da mãe em rugas e a devorar-lhe as entranhas por sob a lápide na qual agora jazia”.

Na crônica Um sol de quase noite afirma que "ele” sabia como salvar-se, mas ela "teria que saber morrer e, meu Deus, tal qual o sol, morre-se todos os dias…” Em Casa de campanha, afirma que "é o tempo que escorre e só deixa olvido e dor”. De tudo que éramos ali, prossegue, restou tão pouco.. "Prefiro ficar, então, com o tempo da lembrança que é mais generoso do que o declínio da realidade. Ele nos dá as coisas ainda vivas”.

As epígrafes podem desvendar enigmas e mistérios de Crônicas das Cidades Partidas. Na viagem, João do Rio, Cazuza, Machado de Assis, Graciliano Ramos e Clarice Lispector ajudam o leitor na travessia.

A homenageada, Maura da Senna Pereira, autora de Cântaro da Ternura, morreu no Rio de Janeiro aos 88 anos e foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Catarinense de Letras (ACL). Depois da premiação de Jeana, a EdUfSC lançou o Concurso Cruz e Sousa de Poesia, vencido pelo cronista Rubens da Cunha com o livro Curral.
Lançamento do livro Crônicas das Cidades Partidas, de Jeana Laura da Cunha


Categorias: Junho 2014
Tags: livros
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