Inauguração do Parque Jardim Botânico de Florianópolis
Quando: 24 Setembro 2016, sábado, a partir das 10h
Onde: Parque Jardim Botânico de Florianópolis Endereço: Rodovia Admar Gonzaga, 890 - Itacorubi Quanto: Gratuito Por meio de termo de cooperação entre a Epagri e a Prefeitura de Florianópolis, a gestora Comcap abre o Parque Jardim Botânico de Florianópolis à visitação pública no dia 24 de setembro, neste primeiro sábado da Primavera de 2016. A solenidade oficial será das 10h ao meio-dia e a programação segue à tarde com atividades culturais e recreativas. A Orquestra Acadêmica da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) fará uma apresentação gratuita e aberta ao público, às 10h30, com duração de quase 30 minutos. Serão executadas obras de Mendelssohn, Vivaldi, Toquinho e Noel Rosa. O concerto será regido pelo professor João Titton, que coordena a orquestra por meio do programa de extensão Udesc Musical, do Centro de Artes (Ceart). De acordo com o presidente da Comcap, Marius Bagnati, nessa primeira fase de ocupação, o Parque JBF ficará aberto de quinta a domingo, das 7h30 às 18 horas. No horário de verão até às 19 horas. O acesso é limitado a uma parte da área de 19 hectares situada na rodovia Admar Gonzaga, 890, onde entre os anos 60 e 90 operou o Centro de Treinamento (Cetre) da Epagri. O acesso só será permitido a pé e haverá espaço para guardar bicicleta. "Tínhamos a expectativa de em 60 dias entregar uma área com pequenas melhorias, uma pista de caminhada e um parquinho infantil em condições de segurança e conforto. Mas, graças ao grande número de pessoas entusiasmadas com o projeto, estamos superando em muito essas expectativas iniciais. Tudo está sendo feito preservando o futuro do Jardim Botânico de Florianópolis", aponta Bagnati. Já estão disponíveis pista de caminhada, parque infantil, academia ao ar livre, redário, espaços para exposições, educação ambiental e valorização de resíduos orgânicos e horta modelo, implantada no final de agosto, com a presença de 167 pessoas. O parque também conta com quadra de beach tennis e de vôlei, área de atividades físicas, sistema de iluminação e, em breve, viveiro de muda s e canteiro de plantas medicinais. O parque oferece ao visitante a vista do lago, que tem tartaruga, peixes e pássaros de diversas espécies, e do bosque açoriano, formado principalmente de nogueiras-da-índia, exemplares como olandi, considerada a primeira madeira de lei do Brasil, jerivá e garapuvu, árvore símbolo de Florianópolis. Há apenas dois meses, a Comcap movimenta-se dentro de uma aspiração de quase 20 anos, se contar os projetos pioneiros da Epagri, desde que desativou sua estação experimental. “As intervenções atuais têm o cuidado de preservar o sonho e o projeto de instalação do Jardim Botânico, mas atendem à grande expectativa da comunidade de poder usar o espaço que no passado serviu para engrandecer a agropecuária catarinense”, aponta Bagnati. Mapa: goo.gl/maps/7T72zbbmTN82 Acesso por transporte coletivo Linhas de ônibus que passam em frente ao Parque Jardim Botânico de Florianópolis: Sentido Centro-Bairro Saída - TICEN 330 - Tilag - via Mauro Ramos 104 - Itacorubi - via Mauro Ramos Saída - TITRI 177 - Santa Monica Saída – Centro Executivo 1113 - Parque São Jorge Sentido bairro Canasvieiras 233 - TICAN - TITRI - via UFSC Agenda da abertura Cerimonial 10h ao meio-dia Manifestação das autoridades Entrega de 15.480 assinaturas, recolhidas há 10 anos, pró-instalação do Jardim Botânico de Florianópolis Adesão de Zenório Piana e Hugo Braga, dos Amigos do Jardim Botânico, ao programa de voluntariado Apresentação das crianças do Coral Vozes do Arvoredo, da comunidade do Siri, do programa de educação da Guarda Municipal Descerramento de placas comemorativas Exposição de 23 ilustrações naturalistas em grafite, aquarela, guache e lápis de cor, de 11 artistas do Curso de Ilustração Naturalista do coletivo Nacasa e convidados Coleção especial de 13 anos do Museu do Lixo da Comcap, valorizando a cultura açoriana e a agricultura Apresentação da Orquestra Udesc coordenada pelo professor João Eduardo Titto n 12h30min - Intervenção artística do projeto Banco Mural, promovida pelo O Sítio, com música e pintura ao vivo pelo artista português João Aires 15h - Apresentação do Boi de Mamão do Sambaqui, promoção da Fundação Franklin Cascaes. Parceria público e privada A cooperação entre Governo do Estado, por meio da Epagri e Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, e Prefeitura de Florianópolis, por meio da Comcap e da Floram, movimenta uma rede de talentos públicos e privados. Sob a responsabilidade da Comcap, essa operação tem os seguintes propósitos: - garantir condições básicas de conforto e segurança ao visitante do espaço agora denominado Parque Jardim Botânico de Florianópolis - assegurar que as intervenções resguardarão as condições para implantação futura do Jardim Botânico de Florianópolis sob a premissa de conservar plantas nativas ou ambientadas, orientada por conceitos de conectividade do homem com a natureza e de recuperação de ambientes urbanos com a prática de valores sustentáveis. Os principais parceiros e apoiadores nesta etapa de abertura são: - Secretaria Municipal de Obras - Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano - Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) - Defesa Civil - Secretaria de Segurança e Gestão do Trânsito - Guarda Municipal - Procuradoria Geral do Município - Secretaria Municipal de Turismo (Setur) - Fundação Franklin Cascaes - Secretaria de Comunicação da PMF - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável - Amigos do Jardim Botânico de Florianópolis - Udesc - Centro de Ciências Agrárias da Ufsc - Sebrae/SC - Rede Brasileira de Jardins Botânicos - Cepagro - Magno Martins - Santos Madeira - Grupo Guga Kuerten - Usina do Hambúrguer - Luumen Economia Criativa - Sítio Florbela - O Sítio Arte Educação - Rupestre Comunicação Visual - Grupo Portobelllo Linha do tempo A aspiração do Jar dim Botânico de Florianópolis já teve vários formatos e tamanhos, que estão situados nesta linha do tempo onde o marco zero é a abertura do espaço neste primeiro sábado da Primavera de 2016. A área de 19 hectares pertence à Epagri e está sendo ocupada pelo Parque Jardim Botânico de Florianópolis por meio de termo de cooperação com a Prefeitura Municipal de Florianópolis. Na metade do século XVIII, imigrantes as ilhas de Açores e Madeira fixaram-se na Ilha de Santa Catarina, principalmente à beira-mar, mas também em pequenos povoados no interior do território. O Rio Itacorubi, que corta o manguezal, nesses tempos remotos, servia para o transporte de mercadorias até o porto que abastecia a comunidade instalada na região. A descarga se dava à altura da hoje Servidão do Porto, na lateral da Cidasc. Nos dois séculos seguintes, a localidade manteve características rurais. Grandes chácaras produziam variedade de frutas, verduras e legumes, mantinham pastos para criação de gado leiteiro. A pesca complementava a alimentação das famílias. No Morro do Quilombo começaram as plantações de café e a produção de carvão mineral. Nesse cenário, eram comuns as corridas de cavalo, rinhas de galo, caçadas e a farra do boi. O futebol e os bailes nos clubes da região animavam a vida social. Em 1925, o Itacorubi recebeu o Cemitério Municipal, transferido da região central, onde seria construída a cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz. Mais de 30 mil sepulturas de cidadãos comuns e de membros de irmandades religiosas, confrarias do cemitério da comunidade alemã foram relocadas para o então bairro das Três Pontes. Em 1958, área de 12 hectares do Manguezal do Itacorubi, em frente ao Cemitério Municipal São Francisco de Assis, passou a ser usada como lixão da cidade. Em 1964, o engenheiro agrônomo Glauco Olinger, pioneiro na extensão rural e fundador da Acaresc, era assessor de agricultura para o Plano de Metas do Governo. A pedido do próprio governador Celso Ramos recebeu do abrigo de menores mantido pelos jesuítas a área de pelo menos 40 hectares no Itacorubi para instalar o Centro de Treinamento da Aca resc. Veja os detalhes em entrevista do presidente da Comcap, Marius Bagnati, com Glauco Olinger. Nas décadas seguintes, o empreendimento idealizado por Glauco Olinger para concentrar os órgãos públicos ligados à gestão agropecuária acabou atraindo outras instituições públicas e privadas. No vetor da SC-404, que liga o Centro à Lagoa da Conceição, instalaram-se, além da própria Epagri, Celesc, Udesc, Centro de Ciências Agrárias da Ufsc, Crea-SC, Fiesc, etc. Em 1989, o lixão passou a ser desativado graças à pressão popular. Na década seguinte, o aterramento foi restrito a materiais inertes. A partir de 1997, com a desativação de unidades didáticas do Cetre, houve diversas tentativas na Epagri, por meio do Centro de Informações de Recursos Ambientais e Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram) e da Cepa, para criação de uma unidade ambiental, de um parque municipal ou mesmo de um Jardim Botânico na área. Em 1998, o Ciram propôs, sem conseguir a aprovação da diretoria da Epagri, a criação de um parque ecológico na área do Cetre. Em 2000, a Comcap implantou na área do antigo lixão projeto de recuperação e organização paisagística que inclui estação de transbordo com manejo limpo dos resíduos. A área do Centro de Valorização de Resíduos da Comcap foi formalmente cedida pela União à municipalidade em 2013. Hoje concentra a estação de transbordo, associação de triadores de materiais recicláveis, setores operacionais e de educação ambiental, incluindo o Museu do Lixo da Comcap. Em maio de 2005, foi formalizada ao Governo do Estado a proposta de destinação da área à criação do Jardim Botânico de Florianópolis e da área do Centro de Valorização de Resíduso da Comcap (antigo CTReS) para um centro poliesportivo integrado e como acesso à contemplação do manguezal. Nessa ocasião, foram identificadas três propostas feitas anteriormente. No Ministério do Desenvolvimento Agrário, a área fora cogitada para instalação do Portal da Agricultura Familiar. Na Câmara Municipal de Vereadores, a Associação de Moradores do Itacorubi propunha que fosse transformada em área de preservação e havia a proposta interna de parque ecológico do Epagri-Ciram. Em 2006, a Fapesc procurou a Epagri para discutir a criação de um Jardim Botânico na região da Grande Florianópolis, em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif). Nesse mesmo ano, foi criado grupo informal de trabalho, com a participação da Floram, Cepa e Ciram. A proposta do ensaio inicial foi detalhada, ampliada e transferida para um desenho sobre o mapa da área, com a contratação de um arquiteto e técnicos do Cepa e Ciram. A proposta do projeto teve aprovação da diretoria da Epagri, inclusive com a incorporação do projeto do Portal da Agricultura Familiar. A diretoria da Epagri então apresentou o projeto ao então secretário de Estado da Agricultura, Felipe Luz, que o aprovou e designou a assessoria jurídica para dar-lhe respaldo. Validada a viabilidade no plano diretor do município, a proposta foi apresentada a Luiz Henrique da Silveira, governador do Estado, que agregou a ideia ao seu plano de governo. Na campanha à reeleição, chegou a apresentá-la no horário gratuito eleitoral. Em novembro de 2006, uma equipe de técnicos e o então presidente da Epagri, Murilo Flores, participaram da reunião anual da Rede Brasileira de Jardins Botânicos. Desse encontro, surgiu a sugestão de incorporar a unidade de conservação Manguezal do Itacorubi, com 200 hectares, como área de preservação in situ. Também foi sugerido retirar da proposta o parque poliesportivo, pelas dificuldades de administrá-lo num contexto de Jardim Botânico. Em fevereiro de 2007, a proposta foi apresentada ao novo presidente da Epagri, Luiz Ademir Hessmann. Este aprovou a ideia, com ênfase no conceito de integração entre o rural e o urbano. Na proposta da reforma administrativa de 2007, foi apresentada uma emenda que propôs a venda do Cetre para investimentos em infraestrutura no bairro Itacorubi. A Epagri e a Secretaria de Estado da Agricultura orientaram a Secretaria de Articulação a vetar o artigo da lei, por inconstitucionalidade e risco ao interesse público. Em 2 de maio de 2007, para atender à aspiração da comunidade do Itacorubi e por proposição do deputado estadual Cesar Souza Junior, foi realizada audiência pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Compareceram 10 deputados estaduais, representantes da Prefeitura Municipal de Florianópolis, do Governo do Estado, da União, do Ministério Público Federal, da Câmara Municipal de Vereadores, da Acif, da Associação de Moradores do Itacorubi, Floram, Fapesc, do Curso de Direito da Univali e da comunidade. A proposta recebeu total aprovação e foi criada a Frente Popular Pró Jardim Botânico. Em 29 de junho de 2007, por iniciativa do vereador João Batista Nunes, foi realizada audiência pública, na Câmara Municipal de Florianópolis, e também foi aprovado pelos vereadores a criação do Jardim Botânico de Florianópolis. Em julho de 2007, chegou a ser criado um conselho gestor para o JBF, composto por representantes da Epagri, Floram, Sapiens Parque, Universidade Federal de Santa Catarina, Fatma e Fapesc. Nessa ocasião, foi estabelecido o conceito inovador de implantação em três estações conectadas por modelo de gestão único: na ára da Epagri/Cetre, na Cidade das Abelhas e no Sapiens Parque. Em 2008, proposta de Observatório Meterológico na casa antiga dos jesuítas, hoje reformada e casa sede do Parque Jardim Botânico. Em 2009, A Fapesc lançou termo de referência para licitação de plano de ação com base no trabalho desenvolvido nos dois anos anteriores pelo Conselho Gestor do Jardim Botânico de Florianópolis, com suporte de instituições e peritos. Foi quando a OSX, empresa de Eike Batista, se dispôs a realizar de forma gratuita projetos físicos do Jardim Botânico. Os estudos foram realizados e finalizados no ano seguinte. Com base no orçamento de 2008, foram aplicados R$ 500 mil na primeira etapa dos estudos necessários para implantação do Jardim Botânico de Florianópolis. Para a elaboração do plano de ação e para a implantação efetiva do JBF estavam previstos recursos da ordem de R$ 20 milhões. Em 2010, foi concebido o projeto pioneiro, quando a cidade sonhava com a grana de Eike Batista para implantar o Jardim Botânico. Entre os conceitos principais, o resgate do contato do homem com o manguezal. Ao longo do tempo e em toda a Costa Brasileira o ecossistema foi tomado pelo avanço das cidades e das populações. Na Ilha de Santa Catarina, e pontualmente na Bacia do Itacorubi, há remanescente importante desse bioma. Muito embora os bairros Santa Mônica, São Jorge e Anchieta, o próprio Itacorubi e o lixão da cidade (desativado em 1989) e a Avenida da Saudade tenham tomado boa parte do manguezal. Para promover esse reencontro, o projeto contempla uma passarela elevada de 250 metros até o Rio Itacorubi, onde haveria uma torre para que as pessoas pudessem ter uma visão de dentro do mangue. No aspecto de educação ambiental, o Jardim Botânico priorizaria a importância do mangue como berçário da vida marinha e de estabilização da linha costeira frente à elevação do nível do mar. Em 18 de julho de 2016, com o protocolo assinado entre a Epagri e a Prefeitura Municipal de Florianópolis, a Comcap assumiu a gestão da área disposta a efetivar a ocupação comunitária. Parque urbano situado na área de 19 hectares onde será implantado, futuramente, o Jardim Botânico de Florianópolis. O espaço servirá para um reencontro da cidade com o manguezal. Pelo projeto pioneiro, será um Jardim Botânico para conservação de plantas nativas ou ambientadas, orientado por conceitos de conectividade do homem com a natureza e de recuperação de ambientes urbanos com a prática de valores sustentáveis. O que foi Centro de Treinamento da Epagri em Florianópolis (Cetre) Inaugurado em 1964, idealizado por Glauco Olinger, pioneiro da extensão em Santa Catarina, o Centro de Treinamento da Epagri (Cetre) tornou-se referência mundial na capacitação de extensionistas rurais e de agricultores. Tem a ver com a pujança da formação econômica catarinense. Chegou a receber profissionais dos continentes africano, de países como Angola, e latino-americanos, como Venezuela, Colômbia e Argentina. O Cetre foi sede, nos anos de 1992 e 1993, do 5º Curso de Formação de Instrutores para Profissionalização de Agricultores, que fazia parte de um programa nacional de mesmo nome. Participaram extensionistas de todo o Brasil. O Cetre foi criado com o objetivo de capacitar os extensionistas da Epagri antes deles assumirem as atividades profissionais na Empresa (o chamado pré-serviço, que durava três meses) e durante a sua carreira (o chamado atualização em serviço), bem como capacitar os agricultores. Para isso o local foi construído com unidades didáticas em bovinocultura, suinocultura, avicultura, piscicultura, horticultura e economia doméstica (para cursos de industrialização caseira, como queijos, embutidos, picles etc). O local também dispunha (e ainda dispõe) de alojamentos, que abrigam os participantes dos cursos. As unidades didáticas funcionavam em 40 hectares, parte dessa área hoje pertence à Udesc, Ufsc e Cidasc. A infraestrutura chegou a incluir as seguintes atividades: - hortas - suínos - gado leiteiro e de engorda - aves de postura e de corte - açudes com carpas - área para cursos de mecanização (máquinas agrícolas e embarcações) - pluviômetro - biodigestor para produção de biogás, que era canalizado para a cozinha - minhocário - produção de ração. Essas unidades foram desativadas aos poucos, até serem extintas definitivamente na década de 1990. Informações Adriana Baldissarelli/Comcap, com colaboração de Isabela Schwengber/Epagri, sobre acervo pessoal de Hugo Braga. |
|
Categorias: Setembro 2016
|
Deixe seu comentário! |
Publicações relacionadas: