Exposição "Schwanke, Habitar os Incorporais" do artista joinvillense Luiz Henrique Schwanke
Quando: até 16 de março
Onde: Fundação Cultural Badesc Endereço: Rua Visconde de Ouro Preto, 216 - Centro Quanto: Gratuito Evento no FB: www.facebook.com/events/1248639155208950 Abertura 1º de dezembro, às 19h Visitação até 16 de março de 2017, de segunda a sexta-feira das 12 às 19h A exposição Schwanke, Habitar os Incorporais, que reúne 89 trabalhos do artista joinvillense Luiz Henrique Schwanke, ocupa todos os espaços do Casarão da Fundação Cultural Badesc a partir de 1º de dezembro, quinta-feira. Desde 1994, Florianópolis não recebia um conjunto tão expressivo da produção do artista. Com curadoria de Rosângela Cherem, a exposição ficará aberta ao público até 16 de março de 2017, com visitação gratuita. Essa nova exposição do artista na capital é um desdobramento do curso Schwanke, Arquivo, Interlocuções e Desdobramentos, realizado no segundo semestre de 2016, no Instituto Schwanke, em Joinville. Junto a um grupo de 15 alunos dos três estados do sul, Rosângela mergulhou na produção de Schwanke e selecionou entre as obras, as Sem Título, criadas entre 1988 e 1991, apelidadas como mandala, perfis, maletas, pregadores de roupas, e que têm como matéria-prima o plástico. A exposição inclui também obras da chamada fase das revisitações, em que o artista descontrói a referência original de telas de Georges La Tour, Canova e Leonardo da Vinci, entre outras, adotando signos do design contemporâneo. O público também poderá apreciar desenhos e pinturas de diferentes fases, como os sonetos, os Cristos e os shorts. Inéditas em Florianópolis as obras, Cobra Coral, que será instalada nos Jardins, e a instalação Claro-escuro, criada a partir de plotagem, ferro, 24 spots de luz e 24 espetos. A iniciativa da mostra é uma parceria entre a Fundação Cultural Badesc, representada por seu diretor Geral, Eneléo Alcides e do Instituto Schwanke e Museu de Arte Contemporânea (MAC Schwanke), representado por Maria Regina Schwanke Schroeder. A Arte-Educadora da Fundação, Carolina Ramos foi uma das assistentes da curadoria e coordenará o trabalho de arte-educação sobre esta exposição. Esta é a segunda vez que um único artista ocupa todos os espaços da Fundação Cultural Badesc. Em novembro de 2015, o Casarão recebeu a exposição Arquivo e Memória em Paulo Gaiad, de Paulo Gaiad, artista de grande expressão nas artes visuais, que faleceu em outubro de 2016. Schwanke Luiz Henrique Schwanke (1951-1992) nasceu em Joinville, completou a graduação em Comunicação Social na Universidade Federal do Paraná (UFPR), escreveu para jornal e trabalhou em agências de publicidade de Curitiba, onde abraçou o teatro como escritor, ator e cenógrafo. Nas artes plásticas – campo de efervescência entre 1980/90 –, produziu mais de cinco mil obras, entre desenhos, esculturas, pinturas e instalações; lançando noções de arte pública e contemporaneidade, conectado ao movimento artístico internacional. Nesse período, seu nome entrou para a história da arte brasileira. Ganhou cerca de 30 prêmios nacionais e conquistou reconhecimento, como a seleção pela Bienal Brasil Século XX, em 1994. Viajou para a Alemanha, Suécia e Rússia, teve trabalhos expostos no Museu de Arte Moderna de Bruxelas (Bélgica). Com a obra Cubo de Luz – Antinomia, levada a São Paulo em 1991, afetou o tráfego aéreo – única representação do Estado de Santa Catarina – a projeção é lembrada no livro Bienal 50 Anos. As provocações também surgiam de monumentos de baldes plásticos coloridos, carrancas retratadas em pinturas expressionistas – nuances artísticas, com conceitos híbridos, que visitaram a geometria do Minimalismo, as novas linguagens do Concretismo, a apropriação do Barroco, o resgate da Pop Art. A produção de Schwanke é formada desenhos, pinturas, livros de artista, objetos, esculturas e instalações. É objeto de estudo e pesquisa de monografias, dissertações e teses. Trata-se de uma produção intensa e extensa que dificilmente será esgotada, pois requer diferentes abordagens investigativas. As obras integram acervos de museus em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiân ia. O curso Em 40 horas do curso Schwanke, Arquivo, Interlocuções e Desdobramentos foi realizada a análise dos paradoxos contidos nos trabalhos, as filiações e pertencimentos inscritos na história da arte, as experimentações que reverberam na produção. Na combinação de leituras teóricas, Michel Foucault, Georges Didi-Huberman e outros historiadores, críticos e filósofos, como Gilles Deleuze, Walter Benjamin, Giorgio Agamben e Jacques Lacan, a mostra Schwanke, Habitar os Incorporais situa o artista na clave do incorporal, o que para “os estoicos era tudo aquilo que não podia ser medido ou pesado, quantificado ou que ocupasse lugar”. Rosângela Cherem pensa trajetória e produção naquilo “que sempre volta e no que sempre escapa, era lá que ele estava. A essa dimensão do mundo pertenciam o sonho e a memória, a obstinação e a imaginação, o tempo e o próprio pensamento, sendo que na sua condição de incompletude e inapreensão seguiram constantemente frequentados e revisitados. Se a tarefa da arte é aproximar-se das forças heteróclitas e inexprimíveis, imponderáveis e incongruentes que existem no mundo, se a arte vive em zonas inextensas e indeterminadas, então podemos dizer que a matéria artística se refere aos incorporais”. Curadoria Rosângela Miranda Cherem é doutora em História pela Universidade de São Paulo e e doutora em Literatura pela Universidades Federal de Santa Catarina (UFSC). É professora associada de História e Teoria da Arte no curso Artes Visuais e programa de pós-graduação em Artes Visuais do Centro de Artes da Universidade do Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Ceart/Udesc). É coordenadora do Grupo de Estudos de Percepções e Sensibilidades e do Grupo Imagem-acontecimento. Orienta e tem pesquisas e publicações sobre História das Sensibilidades e Percepções Modernas e Contemporâneas. Atualmente desenvolve pesquisa intitulada Maneira de Arquivar, Modos de Experimentar, Paradoxos e Singularidades do Gesto Artístico na Contemporaneidade. Museu Criado em 2002, o Museu de Arte Contemporânea (MAC Schwanke), mantido pelo Instituto Schwanke, filiado ao Ministério da Cultura e ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), tem o compromisso de zelar pela memória de Schwanke e oferecer possibilidades de aprimoramento intelectual em torno da arte contemporânea. Organiza seminários e encontros de discussão, cursos e palestras com pesquisadores, críticos e artistas. |
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