Cineclube Badesc exibe "Perversa Paixão" (Play Misty for Me, 1971) de Clint Eastwood
Quando: 26 Abril 2017, quarta-feira, às 19 horas
Onde: Fundação Cultural Badesc Endereço: Rua Visconde de Ouro Preto, 216 - Centro Quanto: Gratuito Evento no FB: www.facebook.com/events/1291017377619138 Art 7 Nas quartas-feiras do mês de abril a Fundação Cultural Badesc em parceria com o Art 7, apresenta o especial SAINDO DA FRENTE DAS CÂMERAS - Atores que viraram diretores. Interpretar é pouco para alguns atores satisfazerem seus anseios profissionais e pessoais. Por motivos diversos, muitos profissionais trocam ou conseguem conciliar a vida na frente e atrás das câmeras. Entre tantas motivações, existe quem se torna ator vislumbrando a direção, quem se interessa pela direção no dia a dia cansativo das gravações, e os que buscam uma forma de diversificar a carreira. Perversa Paixão (Play Misty for Me) De Clint Eastwood. EUA. 1971. 102min. Suspense. Sem classificação. Com Clint Eastwood, Jessica Walter, Donna Mills Homem começa a ser perseguido por mulher psicótica com quem teve um rápido caso numa noite. Dave (Clint Eastwood) é um locutor paquerador que perdeu a namorada (Donna Mills) por causa de suas traições. Na cidade de Carmel ele vive sua rotina de passeios noturnos pelo circuito de bares e cantadas picantes dirigidas às ouvintes que escutam as cinco horas diárias de seu programa. Certo dia, ele sai como uma fã (Jessica Walter) e na sequência um romance se inicia, apesar dele deixar claro para ela que não gostaria de nada sério. Quando a ex-namorada retorna para a cidade, Dave pensa em mudar de vida e tornar-se fiel, mas Evelyn não está disposta a perder essa disputa amorosa e revela-se mais perigosa e imprevisível do que ele poderia imaginar “Perversa Paixão” (Play Misty for Me, EUA, 1971) segue a trilha dos suspenses claustrofóbicos aberta por outro mestre, Alfred Hitchcock. Visto em retrospectiva, encaixa perfeitamente em um dos ramos de interesse do Eastwood diretor, que é o filme de mistério (“Poder Absoluto”, “Sobre Meninos e Lobos”, “Dívida de Sangue”, “Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal”). A diferença é que boa parte dos títulos posteriores que Clint dirigi u neste filão usam o elemento “thriller” como mera desculpa narrativa para investigar algum aspecto obscuro da natureza humana. “Perversa Paixão”, ao contrário, é um suspense mais despretensioso, um exercício de manipulação da tensão, bem à maneira do velho e bom diretor inglês. Ou seja, o tipo de filme perfeito para um cineasta iniciante, ainda inseguro. O enredo é bastante simples e direto. O protagonista é um disc-jóquei paquerador (Eastwood) cuja namorada o largou por conta das sucessivas traições. Dave está aprisionado a uma rotina diária que inclui passeios noturnos pelo circuito de bares de Carmel (Califórnia) e cantadas picantes dirigidas às ouvintes que escutam as cinco horas diárias do programa que ele dirige. Ao cumprir esta rotina, certa noite, Dave leva para a cama uma fã simpática e atirada (Jessica Walter). Logo, ele e Evelyn começam a sair regularmente, embora o DJ faça questão de deixar claro que não deseja compromisso sério. Quando descobre que a ex-namorada (Donna Mills) voltou à cidade, Dave decide se endireitar e tornar-se fiel. Aí, Evelyn se torna agressiva e imprevisível – e o filme segue um crescendo de tensão impecável. Clint Eastwood nunca escondeu de ninguém que Don Siegel foi seu grande inspirador, e “Perversa Paixão” deixa isso mais do que evidente. Como diretor, Eastwood gosta de ir direto ao ponto, sem malabarismos técnicos desnecessários, filmando apenas o essencial e abrindo espaço generoso para que os atores façam seu trabalho. Nesse sentido, a fotografia de Bruce Surtee cumpre a função com eficiência, evitando quase sempre o uso de zoom e filmando, sempre que possível, em tomadas longas, com a câmera posicionada à distância, acompanhando a ação sem interferir nela. Neste ponto, Eastwood diverge radicalmente de Hitchcock, que usava a câmera para guiar o espectador e sublinhar os significados que julgava mais importantes. Para funcionar bem, esta opção do diretor exige uma química impecável dos atores, e este é um trunfo importante em “Perversa Paixão”. Ao escolher como contraponto dramático uma atriz energética e verbal, e desempenhar seu papel de co-protagonista de maneira discreta, Eastwood cria uma dinâmica interessante, fundamental no processo de apertar e afrouxar a tensão gerada pela história. Todo o elenco coadjuvante está muito bem (as curtas intervenções do outro DJ da rádio, do policial e do dono do bar cumprem bem a necessidade de injetar humor à trama, para evitar os excessos claustrofóbicos). Curiosidades • Perversa Paixão teve orçamento estimado em US$ 725 mil. • Quando o ator [Eastwood] disse para Lew Wasserman, da Universal, que queria dirigir um filme, o executivo limitou-se a colocar apenas uma condição: não mudar sua maneira de atuar diante e, agora, atrás das câmeras. • Foi rodado em 21 dias. • Com liberdade total oferecida pelo estúdio, Eastwood finalizou o longa quatro dias antes do previsto e ainda economizou cerca de US$ 50 mil. • As cenas de show existentes no filme foram realizadas durante o famoso e tradicional Monterey Jazz Festival. • As filmagens aconteceram em Carmel, na Califórnia, cidade do ator e diretor, local onde tornou-se prefeito em 1986. • Uma das primeiras cenas rodadas do filme foi com a participação do diretor e parceiro Don Siegel como Murph, um atendente de bar. De brincadeira, Eastwood fez ele repetir a cena 11 vezes e só depois avisou o câmera para colocar o filme e aí sim registrar a cena. • Inicialmente, a Universal Pictures queria escalar Lee Remick para o papel de Evelyn, mas o diretor escolheu Jessica Walter por ter ficado impressionado com a atuação dela no drama O Grupo (1966), de Sidney Lumet. |
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Categorias: Abril 2017
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