Quando: segundas-feiras, das 17h20 às 18h20
Onde: Centro de Ciências da Educação (CED), UFSC
Quanto: Gratuito

Com o objetivo de oferecer à comunidade um momento de relaxamento e pausa em meio à correria do dia a dia, o projeto de extensão “Leitura e Relaxamento” aplica técnicas de Hatha Yoga seguida da leitura de um conto, poesia ou crônica.

No primeiro semestre de 2016, os encontros acontecem todas as segundas-feiras das 17h20 às 18h20 no Bloco A do Centro de Ciências da Educação (CED) da UFSC e são abertos para todos os interessados, não é preciso realizar inscrição. É só aparecer.

Essa é uma iniciativa do Movimento de Pesquisa em Yoga na Educação coordenado pelo Prof. Diego Arenaza (CED/UFSC) e oferecida pela mestranda em Ciência da Informação Carla Sousa da Silva.

Em 2015, Carla cursou a disciplina “Yoga na Aprendizagem”, onde desenvolveu o projeto aliando a yoga com o tema de sua pesquisa, a biblioterapia. “São ferramentas poderosas para ajudar as pessoas a focar na respiração e trazer a consciência para o corpo. No dia a dia esquecemos de fazer isso. A ideia é que os participantes aproveitem esse momento para voltar-se para dentro. Ao final, todos se sentem mais preparados e com mais disposição para retomar suas atividades”, explica Carla.

O professor e orientador do projeto, Diego Arenaza, do Departamento de Metodologia do Ensino (MEN), relata que ministra a disciplina Yoga na Aprendizagem desde 2003, com o objetivo de promover a yoga em sala de aula como uma metodologia pedagógica alternativa. “A yoga pode facilitar a aprendizagem, ela oferece ferramentas para vivermos melhor e com menos esforço”, afirma Diego.

Dinâmica

Os participantes chegam e se deitam nos tapetes de yoga dispostos no chão da sala. Permanecem assim por cerca de dez minutos, em um ambiente à meia-luz, ouvindo uma música relaxante e as instruções de Carla: “Feche os olhos, solte todo o corpo, entregue o peso, conecte-se com o momento presente, traga a atenção para você, esqueça qualquer preocupação, qualquer tensão. Permi ta essa entrega, permita esse relaxamento.” Após esse momento, todos são orientados a se levantar para iniciar a prática de yoga, exercícios para as articulações, movimentos circulares. As instruções sobre a respiração estão sempre presentes: “Inspire e expire liberando qualquer tensão que ainda possa existir. Sente esse acolhimento, sente sua respiração, sente as batidas do seu coração. Se sua mente te levar para fora, para longe, traga ela de volta para o momento presente.”

A seguir, segue-se a terceira e última parte da aula, com um relaxamento final e a leitura de um conto. Todos se deitam de novo: “Feche os olhos e sinta os efeitos da prática em seu corpo, traga a atenção para o aqui e agora. O único movimento deve ser o da respiração. Relaxe da ponta dos dedos dos pés até o topo da cabeça.” No último encontro, a leitura escolhida foi Visitante noturno, de Carlos Drummond de Andrade. A história se inicia: “O inseto apareceu sobre a mesa como todos os insetos: sem se fazer anunciar…” Após terminar de ler, Carla convida todos a se sentarem para compartilhar a experiência que acabaram de vivenciar.

Impressões

“Entrei na história…”. “Gostei muito, é importante parar, muitas coisas passam despercebidas ao longo do dia”. “Eu relaxei tanto que cheguei a dormir, gratidão por nos proporcionar esse espaço”. “Sou muito falante, mas chego aqui e entro na proposta. Fico no estágio entre o sono e a consciência.” “Foi muito bom. Cheguei aqui tensa, mas consegui relaxar e aquietar a mente”. Essas são algumas das impressões relatadas pelos participantes ao final.

Raquel Michel, 42, aluna da 6ª fase de Ciências Sociais, participa do projeto desde o semestre passado e relata que leva para o dia a dia o que vivencia. “Eu aprendi a observar minha respiração, comecei a ficar consciente nos momentos de ansiedade e preocupações.” Marli Barcelos, 76 anos, é aluna do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (Neti) e participou da atividade pela primeira vez: “Eu me senti como um neném ouvindo uma história de ninar da mãe”. Outra participante, Patrícia Biasi Cavalcanti, 38, professora do Departamento de Expressão Gráfica: “Achei super relaxante, super gostoso. Normalmente nossa mente fica divagando, por isso esses espaços são importantes.” Carla reforça que o mais importante é não perder o que se conquista com essas experiências: “Em vários momentos do dia podemos trazer o foco para a respiração, tentar permanecer nesse estado de atenção e tranquilidade.”

Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC