Exposição "Essência Negra" das artistas Fernanda Jerônimo e Simone de Fáveri
Quando: até 30 de novembro
Onde: Espaço Cultural BRDE Endereço: Avenida Hercílio Luz, 617 - Centro Quanto: Gratuito Evento no FB: www.facebook.com/events/203382350434053 O amor pela cultura afro e admiração pela resistência dos povos africanos e afro-brasileiros são a base da exposição Essência Negra, mostra coletiva das artistas Fernanda Jerônimo e Simone de Fáveri. Ambas transformaram essa admiração em arte e se juntaram para a mostra que o Espaço Cultural BRDE inaugura no próximo dia 7 de novembro, às 19h. A exposição ficará aberta à visitação até o dia 30 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, com entrada gratuita. Inspirada pelas fotografias de Hans Silvester, fotógrafo alemão interessado pelas artes corporais, Simone de Fáveri traz em pinturas e esculturas uma representação dos povos africanos habitantes do vale do Rio Omo, na Etiópia. Os povos Surma e Mursi cultivam ainda uma rica cultura de contato com a natureza, preservada pelas condições geográficas. Eles realizam rituais, pinturas corporais à base de argila e se embelezam com a terra e as plantas. “Este povo está ameaçado pelo ‘progresso’ e sua forma de viver em completa comunhão com a natureza corre o risco de acabar. H.Silvester nos conscientizou divulgando suas fotos. Quando passei a pintar os retratos pude aprofundar meu olhar sobre as expressões, os gestos, as formas individuais”, conta a artista. Nas pinturas, Simone utilizou tinta artesanal feita a partir de pigmentos encontrados na terra, e nas esculturas, argila crua. “O uso das tintas feitas artesanalmente com terras neste projeto, conferiram uma harmonia cromática ao conjunto e pareceu-me devolver a eles o elemento com o qual se revestem todos os dias. Eu os pintei pelo puro prazer de mergulhar nesta estética poética-sonhadora.” Fernanda Jerônimo é artista digital e traz em suas pinturas digitais toda sua vivência particular dentro da cultura afro-brasileira, refletindo ancestralidade em um meio moderno. Fernanda está imersa nesta cultura há alguns anos, por meio da música. Ela é bailarina profissional na banda de samba-reggae Cores de Aidê. Uma de suas principais obras, “Aidê”, representa uma figura mitológica presente em cantigas de capoeira. Fernanda conta, conforme a famosa cantiga, que Aidê era uma negra africana, de olhos esverdeados e magia no cantar. Seu senhor ficou encantado, e quis com Aidê se casar. Aidê, diante da proposta dessa falsa “liberdade”, negou, e fugiu para o Quilombo de Camugerê. Lá encontrou seu verdadeiro amor e a verdadeira liberdade. “Aidê simboliza a real liberdade, e a força da mulher que não negocia seus valores”, afirma. A oportunidade de expor no Espaço Cultural reuniu as duas artistas. “Eu e Fernanda não nos conhecíamos até sermos convidadas pelo Espaço Cultural para fazer esta Coletiva. Nossos meios são diferentes, mas no fundo a motivação se aproxima. Vimos várias conexões interessantes! Ela traz a modernidade não só pelo uso da arte digital, mas por ser uma jovem representante afro-brasileira, cheia de talento e garra. Eu trago o antigo, uma lembrança do primitivo, de onde se iniciou parte de nossa cultura, em termos de mãe-África. Achei muito interessante colocar o novo ao lado do antigo, o contemporâneo junto ao clássico... eu espero que esta relação, sutil e não proposital, mas real, possa ser percebida e bem assimilada por quem vier ver a exposição", afirma Simone. |
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Categorias: Novembro 2018
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