Projeto "Renda-se à Moda" promove encontros mensais de arte e artesanato no Mercado Público
Quando: 13 Dezembro 2019, sexta-feira, das 10h às 16h
Onde: Mercado Público - Centro Endereço: Rua Jeronimo Coelho, 60 - Centro Quanto: Gratuito A Prefeitura Municipal de Florianópolis, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude e da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes promove o projeto “Renda-se à Moda: Cultura, Arte e Artesanato” com encontros gratuitos no entrono do Mercado Público de Florianópolis. Os encontros acontecem de junho a dezembro de 2019, uma vez ao mês, sempre na segunda sexta-feira do mês, das 10h às 16h, conforme datas já programadas (veja o cronograma abaixo). O projeto pretende fomentar e fortalecer Políticas Públicas permanentes para o desenvolvimento da Moda e do Artesanato de referência, objetivando reunir pessoas interessadas seja para produzir, comercializar, como também para consumir. Em Florianópolis a renda de bilro tem grande expressão e relevância em nosso artesanato, pois há anos vem sendo disseminada nas regiões pesqueiras e também no Centro da cidade. Faz sentido o ditado português “Onde há rede há renda”. Sendo assim tornou-se significativo o papel da Fundação Franklin Cascaes na intervenção neste contexto com ações e projetos que possibilitem a valorização, a divulgação e a comercialização da renda de bilro. A ideia de maior destaque se dá para o fomento da cultura local e a permanência desta tradição, para que o ofício da renda e também do fuxico proporcione rentabilidade e visibilidade. Esse artesanato vem a pensar a sua produção na contemporaneidade de maneira estratégica e atrativa, onde se agregue novos usos e valor a esses fazeres artesanais, bem como a sua continuidade tão significativa para Florianópolis. O evento contará com uma programação bem interessante com oficina de renda de bilro, oficina de ponto básico de fuxico, oficina de customização com renda de bilro e fuxico, oficina de almofada e piques de renda de bilro e a famosa Roda de Rendeiras e Ratoeiras. A Escola Livre de Artes (ELA) também terá um espaço com a divulgação das atividades que desenvolve voltadas a arte e ao artesanato. Vale lembrar que o fuxico hoje em dia tem ganhado espaço nas comunidades, uma delas no Morro do Céu e demais artesãs que se empenham nesta arte. Apareça e encante-se com as lindas rendas e fuxicos de nossas Rendeiras e Fuxiqueiras! A edição de junho do Renda-se à Moda acontece no dia 21/06, das 10h às 16h, e conta com a parceria do curso de moda da UDESC e Centro de Artes (Ceart). A edição do dia 09 de agosto será em um endereço da cidade de grande circulação de pessoas, no caso a Avenida Paulo Fontes em frente ao TICEN, das 10h às 16h. As demais datas para o evento acontecerá no entorno do Mercado Público, como de costume. Programação: - Oficina de renda de bilro - Oficina de ponto de fuxico básico - Roda de Rendeiras e Ratoeiras - Oficina de almofada e piques de renda de bilro - Oficina de customização com renda de bilro e fuxico Cronograma: Junho 21, das 10h às 16h Julho 12, das 10h às 16h Agosto 09, das 10h às 16h - Avenida Paulo Fontes - Centro Setembro 13, das 10h às 16h Outubro 25, das 10h às 16h Novembro 08, das 10h às 16h Dezembro 13, das 10h às 16h Um pouco da história da Renda de Bilro: Florianópolis tem inúmeros encantos com sua natureza e cultura. O artesanato muito rico e variado traz as características do jeito e do modo de vida de sua gente. A renda de bilro faz parte do artesanato local como cultura secular trazida pelos açorianos que aqui chegaram há mais de 200 anos. O bilro artefato em madeira roliça onde se enrola o fio é o instrumento que as rendeiras usam, para entremear a linha e preencher os desenhos no papel (papelão) com o formato que farão a renda. Os bilros podem variar quanto a sua grossura, o tamanho pouco muda e a escolha para usá-lo na renda vai ao gosto da rendeira. A renda pode receber nomes diferentes confo rme o seu desenho e o tipo de ponto em que é feita. Mulheres de comunidades espalhadas pela Ilha fazem a renda de bilro, costume passado de mãe para filha ou de avó para neta. Ao fazer este lindo artesanato, quando formada uma roda de rendeiras canta-se a ratoeira, que são versinhos com rimas onde se conta histórias de amor, se fala da natureza e acontecimentos do cotidiano com um tom de nostalgia. A renda desde muito tempo serviu de sustento para muitas famílias, e hoje pode ser vista como arte e também como economia criativa para quem quiser trabalhar com a renda. O ofício da renda aproxima as mulheres ao convívio social, a troca de saberes e a valorização das peças que produzem. Tanto é que essa arte vai muito além de peças comuns como toalhinhas, trilhos de mesa, bandejas mas se expande com criatividade em confecções de peças de vestuário até lindas peças de decoração. Um pouco da história do Fuxico: O fuxico é uma técnica artesanal que teve início na senzala com as mulheres negras escravas, que recolhiam as sobras de pano de suas sinhás para fazer o fuxico, cortando e franzindo os tecidos coloridos formando flores, peças de decoração e vestuário. A arte de fazer o fuxico não ficou esquecida lá no passado. Hoje artesãs de diversas comunidades de Florianópolis valorizam essa cultura, mudando a visão do fuxico ser associado à classe social de baixa renda, introduzindo e utilizando a customização de novas técnicas na moda e decoração. Há fuxicos de diversos tipos, pequenos, grandes, simples ou sofisticados onde destaca-se o tecido e as cores, dentro de um universo amplo e diverso. Passa assim a ser mais valorizado e encontrado em peças de cama, mesa e banho em todas as classes sociais. Em Florianópolis temos várias associações que trabalham com o fuxico e a cultura negra. Uma delas é a Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros, no Morro do Céu. Esta associação assim como outras, desenvolveram o protagonismo feminino inserindo o artesanato, neste caso o fuxico, como uma forma de salvaguardar a cultura, bem como a sobrevivência feminina das famílias destas mulheres. No momento em que as mulheres se encontram para fazer o fuxico, há uma troca de conhecimentos e saberes para a valorização dessa cultura oriunda de nossos ancestrais. |
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