Roda de Capoeira recebe o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
Quando: 26 Novembro 2014, quarta-feira, a partir das 18h30
Onde: Casa da Memória Endereço: Rua Padre Miguelinho, 58 - Centro Quanto: Gratuito A capoeira, prática cultural afro-brasileira multifacetada e multidimensional que é, ao mesmo tempo, luta, dança, esporte e arte, é um dos símbolos do Brasil reconhecidos pelo mundo. No próximo dia 26 de novembro, o Brasil inteiro e mais de uma centena de outros países onde se pratica a capoeira poderão ter motivo para festa. É que a manifestação cultural afro-brasileira chamada oficialmente "Roda de Capoeira" deverá receber da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A Roda de Capoeira se juntará ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA), à Arte Kusiwa- Pintura Corporal (AP), ao Frevo (PE), e ao Círio de Nazaré (PA), já reconhecidos como patrimônio cultural imaterial da humanidade. Em comemoração, Superintendência do Iphan em SC e Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial – COPPIR promovem Debate e Roda de Capoeira no Centro de Florianópolis. Na Casa da Memória, a partir das 18h30, será apresentado o Dossiê da Candidatura enviado à UNESCO para o reconhecimento da Roda de Capoeira – um documentário de 10 minutos e uma caracterização da Roda em sua dimensão cultural e histórica – e lançado debate sobre a articulação de medidas de apoio e fomento à continuidade da prática, também reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Iphan. A celebração, claro, não estaria completa sem que se ouvissem os berimbaus: uma Roda de Capoeira muito especial encerra o evento em grande estilo, no largo entre a Câmara Municipal de Vereadores e a Casa da Memória, a cargo dos mestres Jimmy, Calunga e Pinóquio. O Dossiê da Candidatura recebeu excelente avaliação técnica e parecer favorável do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda. Pelo procedimento, a titulação deverá ser aprovada oficialmente durante a 9ª Sessão do Comitê, que acontece de 24 a 28 de novembro , na sede da Unesco, em Paris. A candidatura brasileira será representada pela presidente do Iphan, Jurema Machado, e pela diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Célia Corsino e a Roda de Capoeira está na pauta justamente do dia 26, quando Superintendências do Iphan em diversos estados celebrarão junto aos capoeiristas com eventos como este. Segundo a presidenta do Iphan, a inscrição da roda de Capoeira na lista representativa promoverá o aumento de sua visibilidade desse, mas também de outros bens culturais relacionados aos movimentos de luta contra a opressão, sobretudo aqueles pertencentes às comunidades afrodescendentes. "A roda de capoeira expressa a história de resistência negra no Brasil, durante e após a escravidão. Seu reconhecimento como patrimônio demarca a conscientização sobre o valor da herança cultural africana, que, no passado, foi reprimida e discriminada", conclui Jurema Machado. Originada no século XVII, em pleno período escravista, desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estratégia para lidarem com o controle e a violência. Hoje, é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional, além de praticada em mais de 160 países, em todos os continentes. A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo Iphan em 2008, e estão inscritos no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro de Registro dos Saberes, respectivamente. A Roda Profundamente ritualizado, o espaço da Roda reúne cantos e gestos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia, um código de ética, e revelam companheirismo e solidariedade. É na roda de capoeira que se formam e se consagram os grandes mestres, se transmitem e se reiteram práticas e valores tradicionais afro-brasileiros. Forma redes de sociabilidade, ger a identidades comuns e laços de cooperação entre seus integrantes. É o lugar de socialização de conhecimentos e práticas; de aprender e aplicar saberes, testar limites e invenções, reverenciar os mais velhos e improvisar novos cantos e movimentos. Metaforicamente representa a roda do mundo, a roda da vida, onde há lugar para o inesperado, onde ora se ganha ora se perde. A roda também tem a função de difundir os símbolos e valores relacionados à diáspora africana no território brasileiro. Leva a mensagem de resistência sobre o sistema escravagista. |
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Categorias: Novembro 2014
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