Filmes de Economia debate "Entre muros da escola" (2008), de Laurent Cantet
Quando: 11 Setembro 2015, sexta-feira, às 16 horas
Onde: Centro Socioeconômico (CSE), UFSC Quanto: Gratuito Evento no FB: www.facebook.com/events/438097223048577 O projeto Filmes de Economia retoma suas atividades em seu terceiro ano, nesta sexta-feira, dia 11 de setembro, das 16h às 18h, no auditório do Centro Socioeconômico, com exibição de trechos do filme Entre muros da escola (2008), de Laurent Cantet, na primeira hora. Em sequência haverá comentários do convidado, professor do Sistema de Ensino Energia, André Perón. Entrada franca. Será concedido atestado de frequência para os participantes que assinarem lista. Venha aprender e debater conosco! O filme aborda os problemas em sala de aula de uma turma do ensino médio de escola francesa. É uma oportunidade de ver a educação e refletir sobre ela em tempos de heterogeneidade, o que ocorre nos ensinos médio e universitário. O filme foi vencedor da Palma de Ouro do festival de Cannes de 2008. Muito mais do que uma temática puramente econômica, o filme trata de uma situação econômica, política, social e cultural contemporânea, qual seja: a sala de aula de uma turma do ensino médio na França. O cinema como arte é um espelho, distorcido ou plano, da realidade. Por sua vez, a sala de aula é, por vezes, um microcosmo da sociedade. As questões que o filme Entre Muros da Escola coloca são: quão distorcido ou real é a imagem da sala de aula representada no filme? Trata-se apenas de problemas de uma escola francesa com dif iculdade de lidar com a herança pós-colonial ou trata-se de problemas típicos de sociedades e espaços plurais que lidam com indivíduos autônomos e heterogêneos? Vale a pena assistir e discutir o filme porque ultrapassa os muros da escola francesa e aborda um impasse na educação, seja do nível médio, como representada no filme, seja no ensino universitário. De um lado, a educação disciplinadora e repressora, que formou a geração dos professores de hoje, talvez a última deste tipo de formação, já não funciona mais em um mundo hiper ou pós-moderno, após a revolução individualista e o declínio das grandes ideologias. De outro lado, a democratização da escola e a pedagogia da alteridade não são fórmulas mágicas em que professores e estudantes harmoniosamente se entregam aos prazeres de ensinar e aprender. É difícil viver transições, assim como é difícil lidar com choques culturais, hierarquizar novos e velhos valores e escolher entre objetivos de longo prazo e tentações de curto prazo. É mais fácil lidar com a escola no abstrato do que no concreto. O filme Entre Muros da Escola mostra os problemas concretos da transição da educação, mas com resultados ainda incertos, e a tensão em sala de aula que a pedagogia do lúdico não quer ver. Por fim, a questão que nos toca: o filme é um espelho distorcido ou plano da sala de aula das escolas e universidades brasileiras? É melhor não olharmos o espelho enquanto estamos mal vestidos e descabelados. Afinal, Narciso acha feio o que não é espelho. Wagner Leal Arienti – professor CNM-CSE-UFSC |
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