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Filmes de Economia debate documentário "Quando as Bolhas Estouram"



Quando: 23 Setembro 2016, sexta-feira, às 16 horas
Onde: Centro Socioeconômico (CSE), UFSC
Quanto: Gratuito
Evento no FB: www.facebook.com/events/977492369047120

O curso de Economia da UFSC promove o “Filmes de Economia”, com sessão de trechos do documentário "Quando as bolhas estouram", no dia 23 de setembro, sexta-feira, às 16h, no auditório do Centro Socioeconômico (CSE) da UFSC. A exibição será seguida de comentários do professor Sílvio Cário, do Departamento de Economia e Relações Internacionais. Entrada gratuita, com emissão de certificado de participação para quem assinar a lista de presença.

O filme explica para leigos – em linguagem cinematográfica, com imagens e entrevistas – as crises financeiras do capitalismo e especialmente a crise financeira de 2008.

Porque Assistir ao Documentário "Quando as Bolhas Estouram"?? Tradução livre.
Uma das questões mais difíceis em Economia é explicar a relação entre o setor produtivo e o setor financeiro. Por que o setor financeiro, que lida com papéis de valor fictício, afeta o lado real da economia, que produz mercadorias concretas e lida com trabalhadores? Por que a crise financeira afeta rapidamente o lado real da economia e gera falências e desempregos? Por que as instituições financeiras, geradoras de crises, são as primeiras a serem protegidas para não piorar ainda mais a crise no lado real? Responder estas questões é difícil nos artigos acadêmicos, e difícil também entender, principalmente os leigos em Economia. Tarefa mais difícil ainda foi assumida pelo diretor, Hans Peter Molland, do documentário Quando as Bolhas Estouram (When Bubbles Burst) que decidiu explicar para leigos em linguagem cinematográfica, com imagens e entrevistas, as crises financeiras do capitalismo e especialmente a crise financeira de 2008. Foi bem sucedido.
O fio condutor do documentário são dois leigos que foram abalroados pela crise. O prefeito e um cidadão de uma pequena cidade na Noruega, Vik, cuja prefeitura aplicou os fundos dos royalties, pagos pela empresa de energia que explora a região, no sistema financeiro, com grandes expectativas de rentabilidade no futuro. Quando estourou a crise de 2008, os cidadãos de Vik receberam a notícia de que seus fundos tinham depreciado e não valiam quase nada. Por que? Porque tinham sido aplicados em títulos beaseados em sub-prime. Continuaram não entendendo nada. Felizmente, o documentário levo-os para uma viagem aos Estados Unidos da América para entenderem a crise. Começa, assim, a explicação para os cidadão noruegueses e os espectadores desta difícil questão: por que bolhas financeira se formam e por que estouram?
A sequência de imagens e entrevistas não fica limitada as condições específicas da crise do sub-prime de 2008. Está claro no documentário que as crises financeiras são produções endógenos do relacionamento entre setor produtivo e setor financeiro no capitalismo desenvolvido. O capitalismo desenvolveu a diversidade produtiva pela mobilização de recursos monetários e sua transferência para setores produtivos e lucrativos. A prosperidade do capitalismo tem que ser entendida pelo relacionamento entre setor produtivo e financeiro. As crises também não são ocorrências excepcionais, mas as regras no movimento cíclico do capitalismo.
A explicação é dada em entrevistas bem didáticas por economistas e professores, principalmente Carlota Perez, Joseph Stiglitz, Ian Kregel, e pelo autor do livro A Grande Aposta, Michael Lewis. Os entrevistados se baseiam em dois grandes autores da primeira metade do século XX, mas suas lições ainda podem ser aplicadas para entender a história do capitalismo e também o capitalismo contemporâneo: Schumpeter e Keynes.
A própria pujança do capitalismo e seu longo período de prosperidade do pós-guerra deslocou Schumpeter e Keynes para a heterodoxia e a nova ortodoxia foi a que declarou o domínio da macroeconomia pelos mercados eficientes e pela política econômica austera, sendo que a crise era apenas por mau comportamento de políticas econômicas populistas, típicas de economias periféricas. A ocorrência de crise era fenômeno pr évio ao controle científico da economia, acreditava a nova ortodoxia, e podia-se libertar o mercado para promover a prosperidade. Realmente, inovações e prosperidade foram introduzidas e geradas em mais um longo ciclo da economia capitalista. O sistema financeiro também inovou e criou uma riqueza baseada em novas dívidas, o que é normal no capitalismo. Continuou criando e ousando, transformando dívidas em títulos e vendendo estes títulos. A relação setor financeiro e setor produtivo começa com o financiamento da produção, geração de dívidas, mas também lucros, salários e poupança e, com isto, pagamento de dívidas. Temos, aí, a relação salutar entre setores financeiro e produtivo com inovação e prosperidade. Quando o setor financeiro passa também a financiar o próprio setor financeiro, pois há a percepção de geração de uma riqueza financeira que pode ser objeto de especulação, começa o desengajamento do setor financeiro do setor produtivo. A metáfora da bolha é didática, há um crescimento sem substância.
Para quem não se interessa pela história do capitalismo e seus ciclos longos, a crise pareceu novidade. O que realmente foi novidade foram as inovações financeiras em nível tão elevado, a persistência da crença de que os mercados livres, principalmente financeiros, sabiam calcular o risco, e a pretensão da visão neoliberal de que havia criado um novo capitalismo, mais responsável e imune às crises. Ainda bem que alguns economistas estudaram os heterodoxos.
O tema é complicado, mas o filme é bem didático, sem ser uma aula chata de Economia. Minha expectativa é que o filme seja um grande incentivo a estudar Economia para responder as difíceis questões econômicas. E se houver ânimo para estudar Economia, não esquecer de estudar os heterodoxos, principalmente Schumpeter e Keynes.
Filmes de Economia debate documentário "Quando as Bolhas Estouram"


Categorias: Setembro 2016
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