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Camerata Florianópolis interpreta Beethoven, Shubert e Glinka no concerto de abertura da Temporada 2018



Quando: 09 Março 2018, sexta-feira, às 20 horas
Onde: Teatro Ademir Rosa (CIC)
Endereço: Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica
Quanto: R$60 inteira e R$30 meia-entrada
Evento no FB: www.facebook.com/events/160318788110164

A Camerata Florianópolis, com regência do maestro Jeferson Della Rocca, realizará no dia 9 de março, sexta-feira, às 20h, no Teatro Ademir Rosa (CIC) em Florianópolis, o Concerto de Abertura da Temporada 2018 da orquestra, interpretando, com sua formação Sinfônica, algumas das principais obras de grandes gênios da música clássica, como a Sinfonia nº 5 de Beethoven, a Sinfonia “Inacabada” de Schubert e a Abertura da Ópera Ruslan e Ludmila, de Glinka.

Depois da bem sucedida pré-temporada da orquestra nos meses de janeiro e fevereiro, quando executou alguns de seus programas de gênero popular que alcançaram maior sucesso no ano passado, a Camerata volta ao palco do CIC para um concerto erudito com formação sinfônica, o primeiro de uma série de grandes atrações programadas para este ano, que inclui a estreia da ópera Frankenstein, do compositor Alberto Heller, a Sinfonia nº 9 de Beethoven “Coral”, diversos concertos de música clássica, de gênero popular, parcerias com grandes artistas da MPB, balé, bem como turnês por municípios do interior do Estado e cidades de outros estados do Brasil.

PROGRAMA

Abertura da Ópera Ruslan e Ludmila
MIKHAIL GLINKA

Sinfonia nº 8 em Si menor, d. 759, “Inacabada”
1. Allegro moderato
2. Andante con moto
FRANZ SCHUBERT

Sinfonia nº 5 em Dó menor op. 67
1. Allegro con brio
2. Andante con moto
3. Allegro
4. Allegro
LUDWIG VAN BEETHOVEN

Ingressos: site de Blueticket, bilheteria dos teatros e sede da Camerata

Camerata Florianópolis

A Camerata Florianópolis fundada em 1994 pelo maestro Jeferson Della Rocca, desde 1998 conta com a produção de Maria Elita Pereira. Este ano realiza sua 25ª Temporada de Concertos, ocupando um importante espaço na agenda cultural da capital de nosso Estado. A orquestra sempre voltada às questões sociais, contribuiu para a democratização do ace sso a espetáculos eruditos e implantou projetos educacionais. Obteve grande êxito em concertos pela Europa.

Além do repertório camerístico e sinfônico, participou da montagem de 10 óperas e espetáculos do gênero popular como: MPB, jazz, reaggae, música para cinema e rock. Gravou Onze CDs e cinco DVDs, três deles ainda em 2017. Gravou trilhas para vídeos institucionais e cinema. Tem realizado concertos com importantes artistas brasileiros como Lenine, Toquinho, Daniel, Paulinho Moska e Zeca Baleiro, e obteve destaque internacional no show com o guitarrista Steve Vai na edição 2015 do Rock in Rio.

Reconhecida ainda pela valorização da arte popular, formação de plateia e incentivo à composição erudita contemporânea. Dentre outros, recebeu em 2011 o Prêmio Franklin Cascaes de Cultura da Prefeitura Municipal de Florianópolis, em 2012 a Medalha Mérito Cultural Cruz e Souza do Governo do Estado de SC, em 2015 o “Prêmio Edino Krieger” como “Destaque Musical do Ano” da ACLA e em 2017 a Medalha Emílio Blum da ACIF e a Medalha Virgílio Várzea de Mérito Cultural da Câmara de Vereadores de Florianópolis.

As obras

Abertura da Opera Ruslan e Ludmila – Mikhail Glinka

O programa inicia-se com a vivaz abertura da ópera Ruslan e Ludmila (1842) de Mikhail Glinka (1804-1857), influente compositor russo cujas ideias de nacionalismo constituíram o germe do chamado Grupo dos Cinco. Este grupo causaria impacto em compositores como Prokofiev, Stravinsky e Shostakovich. Na abertura desta ópera, composta sobre um libreto baseado no poema homônimo de Pushkin, percebe-se elementos musicais exóticos para a música da época, que procuram retratar a mitologia e o orientalismo presentes no enredo. Esta sonoridade singular pode ser ouvida, por exemplo, nas escalas descendentes de tons inteiros executada pelos trombones no final da peça. Nesta abertura, nota-se temas contrastantes que representam Ruslan, Ludmila e o antagonista Chernomor, temas estes que são recorrentes em toda a ópera.

Sinfonia nº 8 em si menor, d. 759, “Inacabada” – Franz Schubert

Quando Schubert faleceu, um ano e oito meses após Bee thoven, nenhum jornal de Viena reportou a morte de um grande artista, mas apenas de um músico que tivera uma vida totalmente dedicada à arte e que fora imensamente amado pelos amigos. Ao contrário de Beethoven, cujo funeral foi assistido por cerca de vinte mil pessoas, Schubert teve um funeral modesto, com a presença da família e de seu pequeno círculo de amigos.

O tímido Schubert, que não gostava de publicidade, jamais se importou se sua música seria um dia executada. Seu interesse estava sempre na nova obra a compor. Em vida, teve publicado menos de um terço de suas canções e pouquíssimas obras instrumentais. No entanto, muitas de suas canções circulavam em Viena em cópias manuscritas entre um seleto grupo de amigos. Após sua morte foram exatamente esses amigos, mais alguns admiradores apaixonados, tais como Mendelssohn, Robert e Clara Schumann, Brahms e Liszt, que fizeram de tudo para resgatar, restaurar, editar e difundir sua música. O mundo assistiu atordoado ao aparecimento, ano após ano, de centenas de obras inéditas. Em seus trinta e um anos de vida Schubert havia composto mais de mil obras, dentre as quais mais de seiscentas canções, quinze quartetos de cordas, sete sinfonias completas e seis incompletas, algumas óperas, seis missas e várias obras sacras, além de um grande número de obras de câmara e piano solo (incluindo sonatas, improvisos, momentos musicais e várias danças).

A Sinfonia Inacabada foi composta em Viena, em outubro de 1822. O subtítulo “Inacabada” vem do fato de existirem apenas os dois primeiros movimentos. Em uma carta de 7 de dezembro de 1822 para seu amigo Josef von Spaun, Schubert não incluiu a Sinfonia na lista de suas composições recentes, provavelmente porque, naquela data, ele ainda não a via como uma obra terminada. Porém, de acordo com Joseph Hüttenbrenner (um dos irmãos Hüttenbrenner, amigos de Schubert, especialmente Anselm, com quem tocava a quatro mãos), por volta de 1824 Schubert enviou o manuscrito dos dois movimentos a Anselm, em agradecimento pelo Diploma de Membro Honorário in absentia da Sociedade Musical da Estíria, com o qual havia sido homenageado. Se acreditarmos que Schubert dificilmen te enviaria uma obra inacabada como agradecimento, é possível que ele tenha percebido que a Sinfonia já estava completa com seus dois maravilhosos movimentos, mesmo que, na época da composição, essa percepção ainda não estivesse clara (fragmentos de um Scherzo foram encontrados no verso do manuscrito).

Mas, se a versão da doação da Sinfonia em agradecimento ao Diploma foi uma farsa, teríamos que supor que os irmãos Hüttenbrenner se apropriaram indevidamente do manuscrito. Afinal de contas, o fato é que Anselm reteve a Sinfonia e nunca a doou à Sociedade. Por mais de quarenta anos os dois irmãos mantiveram o manuscrito em casa sem jamais mencioná-lo a ninguém, nem a Ferdinand, irmão de Schubert, nem nas memórias que Anselm escreveu em 1854, a pedido de Liszt, nem nas inúmeras cartas que escreveram em resposta às perguntas dos primeiros biógrafos de Schubert. No final dos anos 1850 os irmãos Hüttenbrenner começaram, pouco a pouco, a mencionar a existência da Sinfonia e, apenas em 1865, trinta e sete anos após a morte de Schubert, o manuscrito foi entregue ao regente Johann Herbeck, que a estreou em Viena na Gesellschaft der Musikfreunde, no dia 17 de dezembro de 1865.

Sinfonia nº 5 em dó menor op. 67 – Ludwig Van Beethoven

No dia 22 de Dezembro de 1808, o Theateran der Wien, em Viena, foi palco de um concerto verdadeiramente extraordinário. Para já, pela dimensão do programa: quatro horas de música, toda ela de Beethoven, quase toda desconhecida do público. E, depois, pelo conteúdo: estreia da Quinta e da Sexta Sinfonias (então designadas pela numeração inversa da que hoje conhecemos); primeira apresentação pública, em Viena, do Quarto Concerto para Piano; execução de partes da Missa em Dó e de uma ária composta 12 anos antes, em Praga; improvisações de Beethoven; e, para terminar, uma obra coral composta propositadamente para o concerto, conhecida como Fantasia Coral. Numa única noite, eram pela primeira vez ouvidas várias obras-primas da música ocidental. Seria difícil imaginar o impacto que teve o concerto em quem pôde presenciá-lo. (E mais difícil ainda imaginar um concerto tão longo – e com tantas estreias – nos nossos d ias!). A verdade é que o concerto foi mal recebido pelo público. O sistema de aquecimento do teatro estava estragado e a orquestra parecia insegura e mal ensaiada.

No caso da Quinta Sinfonia, a obra começou rapidamente a ganhar um estatuto quase mítico. Numa muito influente recensão crítica publicada logo em 1810, E. T. A. Hoffmann descrevia o modo como a obra “nos revela o reino do extraordinário e do incomensurável”, como “movimenta a alavanca do terror, do medo, do pavor, da dor, e desperta aquela infinita saudade que é a essência do Romantismo”, e como mesmo nos momentos a seguir ao fim da performance o “ouvinte sensível não conseguirá ainda sair do maravilhoso reino espiritual, onde foi circundado pelo prazer e pela dor sob a forma de sons”. Para Hoffmann, a Quinta Sinfonia mostrava como Beethoven era o Mestre supremo do Romantismo na música e aquele que tinha compreendido a essência da arte musical do modo mais profundo. Para Hector Berlioz, a Quinta Sinfonia, “a mais célebre de todas”, “emanava direta e unicamente do gênio de Beethoven, nela se desenvolvendo o seu pensamento íntimo, as suas dores secretas, as suas cóleras concentradas, os seus sonhos plenos de triste desespero, as suas visões noturnas, as suas erupções de entusiasmo”. E são conhecidas as histórias de reações extremas à obra: assim Goethe, ouvindo a obra tocada ao piano por Mendelssohn, disse-lhe que a obra era “absolutamente louca! Podia esperar-se que a casa viesse abaixo!”; a grande cantora Malibran, quando ouviu a obra pela primeira vez, em Paris, ficou tomada por convulsões e teve de ser retirada da sala; e, referindo-se a uma apresentação da obra em Paris, Berlioz descreveu como o auditório “cobriu a orquestra com os seus gritos… Um espasmo nervoso agitava toda a sala”.

Como é bem sabido, todo o primeiro andamento baseia-se no motivo inicial de quatro notas – talvez o fragmento musical mais conhecido de toda a história da música. Muitas foram as interpretações suscitadas por este motivo, em especial no século XIX: desde as pancadas que o Destino bate à porta, às trombetas do Dia do Juízo, ou até o canto de um pássaro que Beethoven teria ouvido num dos seus frequentes passeios pelo Prater, um jardim público em Viena. Numa perspectiva que hoje provavelmente nos parecerá mais razoável, Leonard Bernstein, num dos seus célebres programas televisivos, rejeita todas essas interpretações, dizendo que elas “nada nos dizem (sobre o significado das quatro notas iniciais). A verdade é que a resposta, autêntica, encontramo-la nós em todas as notas que se seguem àquele motivo, todas as notas dos quinhentos compassos que ouvimos a seguir, no primeiro andamento”. Por outras palavras, é a extraordinária elaboração da ideia inicial – e não tanto a ideia em si – que faz a força tão singular deste andamento. Quanto ao carácter expressivo, é geralmente agitado, turbulento, com momentos de “fúria selvagem” (no dizer de George Grove) ou de “delírio frenético” (no de Berlioz), embora também se ouça um tema mais lírico e delicado.

Se o primeiro andamento é dramático, o segundo é lírico. É, assim, tranquilo e doce o tema inicial – apresentado nas violas e violoncelos, com discreto acompanhamento dos contrabaixos, em pizzicato. Este tema regressa várias vezes ao longo da obra, cada vez mais elaborado. Fazendo-lhe contraste, ouvimos um outro tema nos sopros, com carácter triunfal, vitorioso. Apesar de mais intenso que o tema anterior, não representa de forma alguma um regresso ao ambiente do primeiro andamento, pois o seu sentido é eminentemente positivo, não angustiado e turbulento.

O terceiro andamento retorna a um ambiente mais sombrio, mas agora com um toque de mistério, dado em especial pelo tema inicial, interrogador, nas cordas graves. A parte central é vigorosa e algo humorística, pelo efeito dos contrabaixos a tocarem notas muito rápidas, que Berlioz comparou às traquinices de um elefante radiante, aos saltos! O mais notável, contudo, é o modo como a parte final se liga, sem qualquer interrupção, ao quarto andamento. Num efeito orquestral sem precedentes, a música cresce gradualmente até explodir num tema glorioso, triunfal e luminosíssimo, tocado por toda a orquestra (incluindo flautim, trombones e contrafagote, que até aqui não tinham tocado). A música completa assim uma trajetória das trevas até à luz. Para muitos, é essa, no essencial, a história da Quinta Sinfonia de Beethoven.
Camerata Florianópolis interpreta Beethoven, Shubert e Glinka no concerto de abertura da Temporada 2018


Categorias: Março 2018
Tags: Camerata
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