Camerata Florianópolis interpreta "As Quatro Estações" e "Suite Don Quixotte"
Quando: 11 Outubro 2019, sexta-feira, às 20 horas
Onde: Teatro Ademir Rosa (CIC) Endereço: Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica Quanto: R$80 inteira e R$40 meia-entrada Evento no FB: www.facebook.com/events/408812959818802 A Camerata Florianópolis traz novamente ao público da capital um de seus programas de maior sucesso. Com a regência do maestro Jeferson Della Rocca e solos dos violinistas Talita Limas Alves, Iva Giracca, Elias Vicente Souza e Débora Remor, a orquestra apresentará no dia 11 de outubro de 2019, sexta-feira, às 20h, no Teatro Ademir Rosa (CIC), em Florianópolis, um concerto erudito com música do período barroco de Vivaldi e Telemann. Constituem o programa duas importantes obras dos compositores: As Quatro Estações e Suite Don Quixotte. Os concertos de “As Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, estão entre as obras mais populares do barroco e da própria música universal. É uma obra icônica, conhecida até por quem não é dado a ouvir o repertório erudito. O espetáculo faz parte das comemorações aos 25 anos da orquestra, completados em janeiro de 2019. Classificação indicativa: Livre INGRESSOS Plateia inferior: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia) / R$ 64,00 convênio (Clube NSC) Plateia superior: R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia) / R$ 40,00 convênio (Clube NSC) À venda nas bilheterias dos teatros CIC, TAC e Pedro Ivo, online pelo link: site.blueticket.com.br/evento/27459 PROGRAMA LE QUATRO STAGIONI – Antonio Vivaldi 1 – Concerto Nº 1 in Mi Maggiore: La Primavera Allegro / Largo / Allegro 2 – Concerto Nº 2 in Sol Minore: L´Estate Allegro non molto / Adagio / Presto 3 – Concerto Nº 3 in Fa Maggiore: L’Autunno Allegro / Adagio molto / Allegro 4 – Concerto Nº 4 in Fa Minore: L’Inverno Allegro non molto / Largo / Allegro SUITE DON QUIXOTTE 1 - Abertura 2 - Le Réveil de Quixotte 3 - Son Attaque des Moulins à Vent 4 - Ses Soupirs Amoureux Après La Princesse Dulcinée 5 - Sanche Panche Berné 6 - Le Galope de Rosinante / Celui d'Ane de Sanche 7 - Le Couche de Quixotte LE QUATRO STAGIONI – Antonio Vivaldi O compositor italiano Antonio Vivaldi nasceu em Veneza (Itália) em 1678 e morreu em Viena (Áustria) em 1741. Foi ordenado padre, mas sua dedicação à música e a saúde frágil o desobrigaram de algumas funções correntes dos religiosos de seu tempo. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas, porém muitas delas ficaram no anonimato, assim como o compositor, até a primeira metade do século XX, quando foram descobertas em Turim e Gênova. Vivaldi influenciou outros compositores importantes, como J. S. Bach. Sobre ele, escreveu o pianista e cravista Moacyr Laterza Filho, doutor em literaturas de língua portuguesa e professor da Universidade do Estado de Minas Gerais: “A densidade da música de Vivaldi se esconde sempre sob a máscara de uma melodia franca, acessível ou de arroubos virtuosísticos em suas obras instrumentais e vocais. Eis aí mais um aspecto paradoxal, tão barroco, deste grande mestre veneziano, cuja obra ainda hoje soa tão encantadoramente atual”. “As Quatro Estações – Opus 8 da obra Il Cimento dell'Armonia e dell’Invenzione”, de 1723, é a sua obra mais célebre. Com sua representação das atividades e situações sazonais acomodada numa forma de ritornello padronizada, estão descritas nos sonetos que acompanham a partitura, provavelmente de sua própria autoria: No concerto No 1, “A Primavera”, Antonio Vivaldi abre o Primeiro Movimento (Allegro) com um festivo tutti que anuncia a Chegada da Primavera, e com a mesma, já no primeiro solo em três violinos, o feliz canto dos pássaros que festejam a nova estação. Um novo tema apresentado pela orquestra sugere o murmúrio das fontes que, com o suspirar dos Zéfiros, correm docemente. O segundo solo de violino indica a tempestade, onde os raios e trovões , vem cobrindo o ar em um manto negro. Mas, apesar da tormenta, o violino solista mostra no tema seguinte que enquanto isto, sem se importar, ficam os passarinhos, retornando ao seu encanto canoro. O Segundo Movimento (Largo) nos instiga a imaginar os prados floridos e amenos, onde ao som do doce murmúrio de árvores e folhas , dorme o camponês, enquanto, ao lado, ladra o seu fiel cão. O Terceiro Movimento (Allegro), em forma de dança pastoral, representa uma festiva reunião, onde ao som alegre das gaitas camponesas, dançam as ninfas e os pastores, sob o ansiado céu de primavera, a surgir, brilhante. “Sob a dura estação, com sol a pino, extenuam-se tanto os homens como os animais e o pinheiro arde”, neste contexto se dá início ao Primeiro Movimento (Allegro nom molto –Allegro) do Concerto No 2, “O Verão”. Num primeiro solo de violino e violoncello, não é difícil perceber a intenção do autor em imitar o canto do cuco e, com ele, também o canto da pomba e o rouxinol. Um novo tema orquestral representa o doce sopro do Zéfiro, mas apesar disso, o vento boreal move-se desafiante ao lado dele. Um último solo de violino, expressa o triste choro do pastor, pois, apesar de tudo, ele teme a borrasca feroz e o seu destino. No Segundo Movimento (Adagio), o mesmo pastor estica seu corpo, procurando repouso, apesar do medo dos trovões furiosos e das abelhas e vespas ao seu redor. Mas, no difícil Terceiro Movimento (Presto), eis que seus temores se confirmam, o céu grandioso troveja, fulminante, quebrando os troncos do trigo, dizimando os grãos. No Concerto No 3, “O Outono”, pode-se sentir já no primeiro tutti e conseqüente solo de violino do Primeiro Movimento (Allegro), novamente um ambiente alegre, onde, segundo os sonetos de Vivaldi, o camponês celebra com festas e cantos a feliz colheita, com intenso prazer. O mesmo está tão aceso pelos licores de Baco (segundo solo) que acaba com sono a sua alegria (Larghetto no final do Movimento). Com um solo de Cravo no Segundo Movimento (Adagio molto), uma linda ária, temperada com doçura, faz com que se encerrem as festas e os cantos; e a estação convida todos para um suavíssimo sono, como todos bem queiram. Terceiro movimento (Allegro) – No dia seguinte, o caçador sai à caça com trompas, espingardas e cães ferozes. Através de rápida passagem em tercinas do violino solista, podemos sentir a fuga da preza com os caçadores seguindo suas pegadas. Já esgotada e temerosa com o grande alvoroço de rifles e cães, a presa é ferida, tenta fugir, mas é atingida e morre. Os primeiros trinados do Primeiro Movimento (Allegro non molto), do Concerto No 4, O Inverno, nos repassam a imagem de alguém tremendo sem parar sobre a neve, castigado ainda pelo severo soprar do vento cortante, anunciado já pelo primeiro solo de violino, gerando um clima de tensão que culmina no tutti orquestral, que passa a sensação do correr batendo os pés a todo o instante e no último solo do movimento, o bater dos dentes em um frio intenso. O aconchego de ficar ao fogo, quieto e satisfeito, enquanto a chuva do lado de fora a tudo banha, pode ser perfeitamente sentido não somente pelo doce e expressivo solo de violino do Segundo Movimento (Largo), mas também pelo pizziccatto da orquestra imitando a chuva. O Terceiro Movimento (Allegro), é o único movimento rápido da obra que já começa com um solo de violino, sugerindo o caminhar sobre o gelo, a passos lentos, com medo de cair com a tentativa. O tutti seguinte expressa o caminhar com mais decisão e cair sobre a terra, novamente, ir sobre o gelo e correr forte, sem que o gelo se rompa. O tema seguinte em andamento lento e posterior a tempo num confronto entre violino e orquestra, finaliza com vigor a música, ou como Vivaldi desejou, “sentir sair do céu o vento Siroco, o boreal e todos os ventos em pé de guerra. Este é o inverno, ainda assim, há nele alegria”. SUITE DON QUIXOTTE A suíte “Don Quixote” é uma obra instrumental do compositor alemão Georg Philipp Telemann. O compositor popularizou a suíte orquestral francesa na Alemanha inspirando-se nas obras de Jean-Baptiste Lully, a quem admirava. Não há organização padrão para essas peças em multimovimentos, exceto que iniciam-se com a típica abertura no estilo francês: uma seção lenta grave dominada por ritmos pontuados seguida por um Allegro fugal que leva ao retorno à seção mais lenta de abertura. Segue-se uma seleção de movimentos de dança, cujo único critério reside nos arranjos contrastantes. Telemann também aperfeiçoou a moda francesa de dar títulos programáticos às suítes. Essa apresenta seis movimentos programáticos (após a abertura francesa) baseados no "Cavaleiro da Triste Figura" e seu criado Sancho Pança. O primeiro movimento segue o estilo francês comum de abertura. - Le Réveil de Quixotte - O lento despertar de Dom Quixote através do uso de notas e pausas longas e de um ritmo de minueto lírico e simples. - Son Attaque des Moulins à Vent - Irrompem então semicolcheias e notas repetidas representando Dom Quixote atacando seus inimigos imaginários, os moinhos de vento. - Ses Soupirs Amoureux Après La Princesse Dulcinée - Movimento que reflete o amor de Dom Quixote incluindo motivos suspirantes e suspensões musicais representando sua paixão por Dulcinéia. - Sanche Panche Berné - Descrição musical imaginativa de Sancho Pança, por meio da inclusão de saltos oitavados, com desvios ornamentados dentro de um ritmo vigoroso. - Le Galope de Rosinante / Celui d'Ane de Sanche - Penúltimo movimento, é a descrição de Rocinante, cavalo de Dom Quixote, galopando num compaso 3/8, contrastando com o asno de Sancho, cuja teimosia é refletida por pausas e ritmos pontuados. - Le Couche de Quixotte - Telemann põe seu herói para dormir nesse movimento final com uma melodia simples e lírica - o exato oposto do movimento anterior - e completa o ciclo voltando ao começo da história. |
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