Espetáculo ODISEO.COM
Quando: 17 Abril 2015, sexta-feira, às 20 horas
Quanto: Gratuito e-mail: odiseopuntocom@gmail.com Gênero: drama. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 60min. ODISEO.COM é um espetáculo internacional que propõe uma experiência teatral através da tecnologia digital e a discussão das práticas mediadas de relacionar-se. É realizado em tempo real, em três espaços simultâneos e em três cidades de diferentes países: Argentina, Brasil e Chile. ODISEO.COM volta a se apresentar em abril em nova temporada promovida com o Sesc em Santa Catarina, dias 3, 10 e 17 de abril, sempre às sextas-feiras, às 20h, em Florianópolis. Entrada franca. O espaço da apresentação é um apartamento, com lotação máxima de 15 pessoas. Os lugares são limitados e as reservas realizadas unicamente pelo email odiseopuntocom@gmail.com. É necessário enviar no assunto: LISTA DE ESPERA, o dia da apresentação a que quer comparecer e os nomes completos de até duas pessoas. Caso a reserva se confirme você será contactado com até 24h de antecedência da apresentação e receberá as orientações e o endereço do local. O espetáculo é resultado do interesse do diretor brasileiro André Carreira e do ator argentino Juan Lepore em trabalhar juntos. A esse desafio associaram-se o dramaturgo chileno Marco Antonio de la Parra, com um texto original para a montagem, a atriz Amalia Kassai, também chilena, e a atriz brasileira Milena Moraes. A encenação é realizada via internet e conta com público presencial em seus espaços. Os atores interagem através de tablets desde suas cidades. Em Buenos Aires a peça acontece em uma sala alternativa transformada em um quarto de hotel. Em Santiago do Chile e em Florianópolis as apresentações acontecem em residências. Embora o projeto não tenha partido necessariamente do desejo de fazer teatro pela internet ou pela busca do contraponto dos atores com imagens virtuais, a consequência foi a exploração das possibilidades e das dificuldades de uma cena mediada. Segundo o diretor André Carreira, passou-se a acreditar que as redes sociais e as plataformas de comunicação podem substituir os contatos pessoais: "É necessário que nos perguntemos até onde esses instrumentos podem contribuir com os vínculos, e até que ponto apenas nos mantém distantes das pessoas justamente porque nos dão a sensação de proximidade”. A encenação conta a história das possibilidades e impossibilidades do amor por meio das comunicações virtuais. A solidão e o desejo de possuir é o elemento central do espetáculo que tem em cada país uma personagem em solidão, frente a um público que pode refletir sobre essas condições e os esforços no sentido de estar com o outro mesmo à distância. Ulises é um executivo bem sucedido de uma empresa multinacional aprisionado em seu próprio êxito. Saltando continentes e fuso-horários, ele se desgasta por esses lugares transitórios que não possuem significado suficiente para serem definidos como "um lugar”, os não-lugares representados pelos quartos de hotéis e aeroportos dos quais fala o antropólogo Marc Augé. A manutenção das relações de Ulises (Juan Lepore) com a esposa Laura (Amalia Kassai) que vive em Santiago, e com sua amante, a cantora Elisa (Milena Moraes) que vive em Florianópolis, se dá através do Skype e raros encontros físicos. Em Buenos Aires foi criado um cenário hiper-realista que simula um quarto de hotel em uma das salas do Centro Latinoamericano de Creación e Investigación Teatral – CELCIT. Em Santiago a apresentação se dá em uma residência, onde viveria a esposa de Ulises com o filho. No Brasil as apresentações costumam acontecer na sala do apartamento onde viveria a personagem Elisa. O texto permite que as apresentações no Brasil transcorram em quartos de hotéis ou camarins onde seja possível acomodar os espectadores. Estes espaços cênicos utilizam a lógica de um teatro ambiental, constituem tanto o espaço da cena como o do público, o que possibilita ao espectador a sensação de total inserção no ambiente das personagens. O público é um voyeur da relação entre Elisa e Ulisses, inserido em uma locação que funciona como cenário. A ideia é comprometer o público e buscar uma condição diferenciada de recepção que promova uma experiência muito próxima com a performance dos atores. No papel de voyeur que pode presenciar conversas íntimas das personagens, os espectadores são convidados a um ambiente de risco assumido pelos intérpretes. Através de um monitor de 42 polegadas, em que os espectadores acompanham a interação do ator presencial com as outras personagens, o público é convocado a esse olhar íntimo e virtual ao mesmo tempo. O projeto é uma coprodução entre o grupo brasileiro (E)xperiência Subterrânea e o CELCIT (Centro Latinoamericano de Creación e Investigación Teatral), da Argentina, com o apoio do IBERESCENA (Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericanas). Foto: Cristiano Prim |
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