"Cascaes - memórias do homem de argila crua”, da Cia. Aérea de Teatro
Quando: 26 Abril 2018, quinta-feira, às 20 horas
Onde: Teatro do SESC Prainha Endereço: Travessa Syriaco Atherino, 100 – Centro Quanto: Gratuito Evento no FB: www.facebook.com/events/1703605093026531 A Cia Aérea de Teatro (Florianópolis) apresenta o espetáculo "Cascaes - Memórias do Homem de Argila Crua" no Teatro do Sesc Prainha no dia 26 de abril, às 20h. Entrada gratuita. Ingressos gratuitos, distribuídos 1h antes da apresentação - sujeito à lotação. A montagem homenageia Franklin Cascaes (1908-1983), um dos pesquisadores artistas mais importantes de Santa Catarina. Cascaes dedicou a vida a registrar os costumes e folclore de sua época, que lhe foram base para ilustrações, esculturas, gravações e textos permeados de discursos povoados de metáforas. O espetáculo "Cascaes- Memórias do Homem de Argila Crua” revela o universo mitológico do pesquisador artista, no qual vivem bruxas, boitatás e outros seres fantásticos. Na obra de Cascaes está presente também a cultura folclórica ilhoa, os costumes de sua época e seus gritos de protesto que queriam chamar atenção para as mudanças que prejudicavam a natureza e favoreciam o individualismo, dito por ele bruxólico. No palco, caixas aos poucos têm seu conteúdo revelado. Ilustrações, textos e esculturas entram em cena pelas mãos dos personagens, seres poéticos que ganham vida para apresentar o grande projeto de Cascaes. Eles são interpretados por Luiza Lorenz, Margô Ferreira e Egon Seidler, responsáveis por conduzir os espectadores ao um passeio pelo mundo de Frankolino, como Franklin Cascaes era carinhosamente chamado. "Estes seres poético têm a ânsia de amplificar a voz de Cascaes e suspendê-la no ar”, afirma a diretora Andrea Ojeda. A direção da peça é da Cia Periplo, de Buenos Aires, Argentina. A ideia, segundo Luiza Lorenz, foi entregar os textos que inspiraram a montagem a profissionais gabaritados e que não haviam tido contato com a obra de Cascaes. "A entrega da direção a estrangeiros fez com que fossem revelados aspectos que nos escapam, por estarmos tão próximos e termos como base reflexões enraizadas no inconsciente da população daq ui”, afirma Luiza, proponente do projeto vencedor do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2013. Cascaes tem 925 trabalhos bidimensionais, sendo 504 esboços, 421 composições, desenhos a bico de pena e a lápis; e 2.700 peças confeccionadas em argila crua e gesso calcinado. "Frankolino deixou sua obra, uma obra que nos sussurra ao ouvido: ‘pouca coisa é a vida sem o anseio formidável de ampliar suas fronteiras’”, observa a diretora, parafraseando o filósofo espanhol José Ortega y Gasset (1883 - 1955). *** Francolino realizou milhares de trabalhos...coletou uma infinidade de histórias e lhes deu forma de desenhos bidimensionais, esculturas confeccionadas em argila crua, composições, esboços, manuscritos, crônicas de seres fantásticos e mulheres metamorfoseadas. Desse mundo de visões exóticas adquirem vida os seres que, com o coração agitado, nos convidam a submergir na obra. Seres com ânsia de amplificar sua voz e suspendê-la no ar. "...eu acredito na superstição, como uma grande beleza do espírito humano. Estas histórias fantásticas do homem querendo enaltecer a natureza; o homem fantasia a natureza. Isso é uma coisa extraordinária: viver nesse ambiente, onde não se tem que pagar impostos. Os entes são todos fantásticos. Agora, quando abro esta porta, já recebo recados: o imposto de renda, a conta de luz, do gás, do aluguel. Aqui nesse quarto não tem nada disso: As bruxas não gastam NADA! Eu passei a vida inteira escrevendo, anotando, desenhando, escutando pessoas e fazendo esculturas. Foram milhares e milhares de trabalhos... Há artistas que produzem sua obra de uma maneira, outros de outras. Cada um pinta, escreve, desenha de acordo com suas experiências. Eu faço minha arte a partir da convivência: Eu vivi tudo isso! O sol brilhava, a lua também, as estrelas pareciam que estavam sorrindo. Minha arte é recriação do que eu vivi, do que eu vejo!” Frankolino deixou sua obra. Ali est á! Uma obra que nos sussurra ao ouvido: Pouca coisa é a vida sem o afã formidável de ampliar suas fronteiras... A obra é inspirada na vida e obra de Franklin Cascaes, resgatando visões e reflexões dos estudos feitos sobre sua produção por: Heloisa Espada, José Coelho 'Peninha', Adalice Maria de Araujo, Péricles Prade, Aline Carmes Krüger, Hermes José Graipel Júnior, Luciane Zanenga Scherer, Cristina Castellano, Vanilde Rohling Ghizoni, Carmen Lúcia Fossari, Jone Cezar de Araújo, Raimundo C. Caruso, Marileá M. Leal Caruso, e nos pensamentos incomensuráveis de Micea Eliade e José Ortega y Gasset. Obrigado a todos pela desinteressada colaboração. Ficha técnica Atores: Egon Seidler, Luiza Lorenz e Margô Ferreira Assistência de direção: Julieta Fassone Direção e dramaturgia: Andrea Ojeda Desenho cenográfico: Ojeda-Fassone Recriação das esculturas: Valdo Correa Cabeleira bruxólica: Clara Fernandes Máscara: Jandira Lorenz Piso cenográfico: Mariela Gentile Figurino: Fassone Concepção de luz: Ojeda-Fassone Músicas: Villa-Lobos e Dario Barozzi Edição musical: Hugo De Bernardi Identidade visual: Alessandro Silveira e Luiza Lorenz Designer gráfico: Alessandro Silveira Fotografia: Diogo Andrade Video: Mechele Diniz Produção artística: Cia Aérea de Teatro Produção executiva: Cia Aérea de Teatro Coprodução: Periplo, Cia Teatral Espaço de prova: El Astrolabio Teatro, Buenos Aires Colaboração geral: Periplo, Compañía Teatral |
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Categorias: Abril 2018 Tags:
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